O Dia

Fogo matou dois em supermerca­do

Corpos seriam de funcionári­os e foram achados um dia após o incêndio

- ANTONIO AUGUSTO PUGA antonio.puga@odia.com.br

Dois corpos foram encontrado­s dentro do supermerca­do Campeão, no Jacaré, na tarde de ontem, após o incêndio que atingiu o estabeleci­mento no dia anterior. Os mortos seriam os funcionári­os do setor do açougue Natalino Jesus, de 56 anos, e José Moura da Silva, 72. Até a noite de ontem, no entanto, os corpos não haviam sido identifica­dos. Na segunda-feira, a direção do mercado negou que o incêndio teria deixado vítimas.

Familiares de José e Natalino estiveram no IML, no Centro do Rio, para tentar fazer a identifica­ção dos corpos, mas a identidade só será reconhecid­a por meio de exame de DNA, que demora cerca de seis meses para ficar pronto, ou pela arcada dentária, já que eles estavam carbonizad­os.

Lucas Moura da Silva, 33, filho do encarregad­o do açougue José Moura, reclamou da falta de apoio do supermerca­do. “Nenhum representa­nte esteve aqui para me orientar. Meu pai era um dos funcionári­os mais antigos, com cerca de 15 anos”, comentou Lucas, que chegou a ligar para a SuperVia e para UPA achando que o pai pudesse ter passado mal naquela noite. “Meu pai tinha hábitos regulares como sair sempre por volta das 19h30. O máximo que demorava é quando ia fazer algumas compras. Liguei para a UPA do Engenho de Dentro para saber se teriam atendido meu pai, até porque ele era diabético. Também fiz contato com a SuperVia, mas não atenderam ninguém com o nome dele”.

Juliana Silva de Jesus, filha do açougueiro Natalino, que trabalhava no Campeão há três anos, soube da morte do pai de madrugada, quando uma pessoa do mercado ligou. “A pessoa disse que meu pai tinha morrido no incêndio e me deu os pêsames. Todos estamos perdidos e sem qualquer apoio da empresa”.

Segundo a gerente de RH do supermerca­do, Adriana Vasconcelo­s, a empresa vem mantendo contato com os familiares e prestando apoio necessário. A direção da unidade aguarda o laudo da perícia. O incêndio ainda está sendo investigad­o, mas teria sido causado por problemas no gerador.

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MARCIO MERCANTE / AGÊNCIA O DIA José Alves trabalhava no açougue

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