Fallet: deputada critica moção a PMs
Enquanto a Defensoria Público e o Ministério Público investigam as 15 mortes durante operação da PM nos morros do Fallet, Coroa, Fogueteiro e Prazeres, em Santa Teresa e no Catumbi, na sexta-feira, na Alerj, deputados dão mais um capítulo à polêmica. Ontem, Renata Souza (Psol), criticou a proposta do deputado Rodrigo Amorim (PSL) de homenagear os militares envolvidos na ação.
“Policiais não são justiceiros, são homens do estado a serviço da civilização e não da barbárie”. Amorim propôs moção de congratulações e aplausos aos militares. No ano passado o parlamentar quebrou placa com o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada.
Representantes da Defensoria Pública se reuniram mais uma vez, na tarde de ontem, com moradores no Morro do Fallet para ouvir os relatos sobre a operação da PM. De acordo com o órgão, sete foram mortos em uma casa, dois irmãos em outra e outros dois irmãos em uma terceira casa no Fallet. Um homem foi morto no Fogueteiro e mais um nos Prazeres. No domingo, dois foram achados na mata. “Precisa ser apurado e investigado como foi esse procedimento”, declarou o ouvidor da Defensoria, Pedro Strozemberg.
Com associação de moradores lotada, famílias denunciaram que os policiais torturam suspeitos. Eles relatam que encontraram além dos tiros marcas de facadas nos corpos. “Os meus filhos tinham todo o direito de serem julgados pela Justiça”, afirmou uma mãe ao RJ2, da TV Globo. “Moradores falam que já estavam rendidos e só escutavam os rapazes pedindo socorro”, disse outro ao telejornal. A Defensoria acompanhará as investigações, além de dar apoio às famílias.
O Grupo de Atuação Especializada em Segurança Pública (Gaesp), do MPRJ, vai ouvir os comandantes dos batalhões de Choque e do Bope, que participaram da operação.