O Dia

Velório de Boechat tem homenagens de taxistas

Esposa fala sobre últimos dias e diz que jornalista, ateu, tinha ‘amor ao próximo’

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Ocorpo do jornalista Ricardo Boechat, de 66 anos, que morreu na segunda-feira, na queda de um helicópter­o, foi cremado ontem, por volta das 16h, em cerimônia reservada para família e amigos, no Cemitério Horto da Paz, em Itapeceric­a da Serra (SP).

O velório, que começou na noite de segunda-feira, se estendeu até o começo da tarde de ontem, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo. O corpo foi seguido por um cortejo de taxistas.

Uma fila de fãs e admiradore­s se formou desde o início do velório, do lado de fora do Museu da Imagem e do Som (MIS). O corpo chegou às 23h20 ao local, em caixão fechado.

Pela manhã, Veruska, mulher de Boechat, falou com a imprensa: “Meu marido que dizia que era ateu, era o que mais seguia o mandamento mais importante: o de amar ao próximo. Era um coração, uma pessoa sem luxo. Tudo o que conquistou era pensando em mim e nos filhos”.

Ela falou dos últimos dias do jornalista. . “Ele saiu bem, estava feliz. A gente passou um fim de semana com todos os seis filhos dele, o que é uma coisa rara. Tenho muito orgulho dele, da coragem dele. Porque fazer jornalismo e não se posicionar é muito mais cômodo do que comprar as brigas”.

Presidente do Grupo Bandeirant­es de Comunicaçã­o, onde Boechat trabalhava, João Carlos Saad também compareceu ao velório. “Tinha uma graça e um jeito de fazer jornalismo que não vai ter outro”, disse.

TAXISTAS

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), pretende dar o nome do jornalista a um logradouro da cidade. “Vamos buscar um espaço para homenageá-lo”, disse.

Um grupo de taxistas ouvintes de Boechat se juntou para prestar uma homenagem ao jornalista na madrugada. Eles colocaram dois luminosos de táxi sobre o caixão.

“Era uma pessoa muito boa, amável, que conhecia nossas dificuldad­es”, disse ao ‘Estado de S. Paulo Mauro Simões, de 56 anos, que transporto­u Boechat algumas vezes do trabalho, no Morumbi, para casa. “Falávamos sobre o dia a dia do Brasil”, lembrou.

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ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL Sinais de táxi sobre o caixão; à frente, em primeiro plano, a viúva, Veruska

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