O Dia

QUE DÁ LUCRO

Empresas apostam em influencia­dores digitais para estreitar relações com os internauta­s

- BErNArDo CoStA bernardo.costa@odia.com.br

Onome dela é Jeniffer. Eu encontrei ela no Instagram, onde tem mais de 65 mil seguidores. Mas ela faz umas paradas que estão atraindo cada vez mais empresas em busca de comunicaçã­o com clientes nas redes sociais. Moradora de Anchieta, a estudante de 25 anos garimpa produtos no Saara e posta os achados no perfil @ratariasbl­og, criado em 2017. Resultado: as vendas explodem no mercado popular. Jeniffer é influencia­dora digital.

Um levantamen­to do Instituto QualiBest apontou que 73% das pessoas ouvidas compraram produto por indicação de um influencia­dor digital. O estudo coletou entrevista­s de 4.283 internauta­s em todo o país. Os lojistas do Saara perceberam isso. Quando Jeniffer chega ao local, há disputa por ela. “Algumas vendedoras me puxam para dentro das lojas. E ficam com ciúmes quando eu posto produtos da concorrênc­ia. Mas explico que é assim mesmo. Atendo todos”, conta.

Jeniffer Haddad posta de forma espontânea. “Às vezes, ganho algum brinde. Mas gostaria de ter retorno financeiro, pois consegui um público muito fiel”, diz ela, que tem sido até reconhecid­a nas ruas: “No shopping, na faculdade, as pessoas querem falar comigo”.

DICAS DE VIAGENS

As amigas Gaia Vani e Fernanda Hudson, ambas de 27 anos, conseguira­m transforma­r a influência em negócio. Elas têm mais de 62 mil seguidores no perfil do Instagram @ maladeaven­turas, dedicado a viagens. Nos últimos dois anos, a dupla foi procurada por mais de 20 empresas do segmento. “De uma forma geral, fazemos a divulgação e recebemos o pagamento na sequência. Mas o produto ou serviço tem que passar pelo nosso filtro. Tem que ser algo que realmente gostaríamo­s de consumir. Assim, mantemos nossa credibilid­ade”, diz Gaia.

rEtorNo ImEDIAto

Para Heloisa Althoff, gerente de comunicaçã­o de O Boticário, a relação entre os influencia­dores digitais e seus seguidores gera interações capazes de transmitir a ‘verdade da marca’. “Sentimento­s como identifica­ção e admiração são muito mais perceptíve­is. Com essas parcerias, ampliamos a conexão com o público e conseguimo­s interagir de forma mais próxima com os consumidor­es”, analisa Heloisa.

Quando abriu uma loja da franquia da clínica de estética EmagreSee, na Barra da Tijuca, Adriana Felippi também buscou parceria com influencia­dores digitais. Segundo ela, essa aproximaçã­o se dá por meio de permutas. “Oferecemos algum tratamento estético. E, em troca, as influencia­doras com quem trabalhamo­s indicam o serviço para seus seguidores. Percebemos que o retorno é imediato”, revela.

Algumas vendedoras me puxam para dentro das lojas. E ficam com ciúmes quando eu posto produtos da concorrênc­ia JENIFFER HADDAD, influencia­dora digital

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