Argentinos vão às ruas contra tarifaços
Luz aumentou mais de 2.000%, e gás, mais de 3.000% no mandato de Macri
Os movimentos sociais da Argentina lideraram ontem manifestações maciças em 50 cidades para pedir que o governo declare emergência alimentar e dê fim aos constantes aumentos de tarifas, consideradas impagáveis.
“A fome voltou às ruas. Não aguentamos mais os ‘tarifaços’. É o pior ano desde a crise de 2001”, disse Daniel Menéndez, um dos líderes do protesto que reuniu alguns milhares de manifestantes para a área do Obelisco, em Buenos Aires, à AFP.
A conta de luz acumula um aumento de 2.136%, e a de gás, de 3.008%, desde que o presidente Mauricio Macri chegou ao poder, em 2015. O governo justifica a alta pela atualização das tarifas, que estariam excessivamente subsidiadas no governo anterior.
“Há muita gente chateada e angustiada porque demora mais para o fim do mês chegar. Mas este é o único caminho. A economia vai melhorar lentamente”, disse o mandatário à rádio Pasión.
“A crise é dramática com queda de salários (20% acumulados em 12 meses, em janeiro), fechamentos de fábricas e estabelecimentos comerciais, e restaurantes populares cheios de gente”, disse à SFP outro dirigente sindical, Juan Carlos Alderete.
As eleições presidenciais argentinas estão marcadas para 27 de outubro. Macri é candidato à reeleiçaõ, com o apoio do presidente Bolsonaro. Ele pode enfrentar a ex -presidente Cristina Kirchner, uma das possíveis candidatas da oposição peronista.