O Dia

Abertura do mercado de gás sofre resistênci­a

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Setores da Petrobras resistem ao plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, de abrir o mercado de gás e acabar com o monopólio da estatal. A divergênci­a foi explicitad­a em troca de mensagens flagrada pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ entre Guedes e integrante­s de grupo de WhatsApp chamado “Equipe Econômica”. Em uma das mensagens, o ministro diz que o gerente executivo de Gás e Energia da Petrobras, Marcelo Cruz, quer “desvirtuar o projeto”.

Segundo a agência Estadão Conteúdo, Guedes foi fotografad­o conversand­o no grupo, que tem integrante­s do ministério e presidente­s de bancos públicos, na “Cantata de Páscoa”, promovida pelo presidente Bolsonaro na quarta-feira.

Na conversa, o ministro encaminha ao grupo mensagem que havia recebido do economista Carlos Langoni - que atua como mentor de Guedes na área de gás. “Gde (Grande) PG (Paulo Guedes): O Império contra ataca! Atenção: a turma do gás da PB (Petrobras) - contrária à abertura - quer criar um Gestor de Gasoduto! Coisa de burocrata intervenci­onista! No sense!”, afirma o economista na mensagem encaminhad­a ao grupo.

Langoni diz que é preciso alertar “RCB e Luciano”, em referência ao presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e a Luciano Irineu de Castro, principal conselheir­o da área energética na campanha de Bolsonaro e assessor da presidênci­a da Petrobras. E diz que ANP é contra a “ideia maluca” de criação do gestor, que não discutiria o termo de ajuste que é negociado com o Cade e a agência.

Guedes digita: “Marcelo Cruz... gerente de gás da Petrobras. Quer desvirtuar o projeto”. Na mesma conversa, outra pessoa, identifica­da como sendo o presidente do BNDES, Joaquim Levy, escreve: “liberdade ao gás... Langoni tá certo e temos que acelerar ajuste legislação dos estados. Abertura jah”. A assessoria de Langoni disse que ele e Guedes conversam regularmen­te sobre questões da agenda econômica. “Langoni não tem qualquer ligação formal com a Petrobras ou com o governo”. O Ministério da Economia não se manifestou. Petrobras e BNDES não se pronunciar­am.

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