Suposta arma do crime é achada no quarto de filho de pastor morto
Pistola encontrada no quarto de Flávio, um dos filhos do casal, pode ter sido usada no assassinato. Ontem, mais dois filhos prestaram depoimento na DHNSGI
Pistola encontrada na casa da deputada Flordelis será encaminhada para a perícia. Polícia Civil pediu a quebra do sigilo telefônico de dois suspeitos.
APolícia Civil encontrou ontem uma pistola 9mm no quarto de Flávio dos Santos Rodrigues, 38 anos, um dos filhos da deputada federal Flordelis (PSD) e do pastor Anderson do Carmo. A delegada Bárbara Lomba afirmou que esta pode ser a arma usada no assassinato do pastor Anderson do Carmo, de 42 anos, mas somente o laudo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) poderá confirmar.
“Ainda não sabemos quem fez os disparos. Encontramos a arma no quarto do Flávio. Coletamos o padrão balístico da arma e há uma indicação forte de que ela seja a arma do crime. Flávio se encontra preso por violência doméstica. Ele, que não possui porte de armas, ainda será confrontado sobre o resultado da balística,” afirmou a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI).
Além da pistola, foram recolhidos nove estojos de munição no local do crime, que serão enviados para perícia. Flávio deverá ser ouvido novamente em depoimento. Inicialmente, fontes da polícia informaram que Flávio -filho biológico de Flordelis - teria sido apontado por Lucas dos Santos, de 18 anos filho adotivo do casal - como mandante do assassinato ocorrido na madrugada de domingo, na casa da família.
A delegada afirmou ontem
Polícia fez buscas na casa de Flordelis e na sede de igreja à procura do celular do pastor Anderson
que não houve confissão nos depoimentos. Mas que foram prestadas informações importantes para o esclarecimento do caso. Ela disse ainda que não foi um caso de latrocínio (roubo seguido de morte), mas a motivação ainda não está clara.
“A polícia nunca tratou o caso como crime passional. Se trata de homicídio, mas motivação ainda não temos”, disse a delegada.
Durante cinco horas, agentes da DHNSGI e do Ministério Público fizeram buscas na casa da família e também na sede da Comunidade Evangélica Ministério Flordelis-Cidade do Fogo, no Colubandê, em São Gonçalo. O objetivo principal era achar o celular do pastor Anderson. Mas ele não foi encontrado. Outros telefones foram levados para a delegacia.
No início da noite, mais dois filhos do casal foram levados à delegacia para prestar depoimento. A polícia investiga se estes também teriam envolvimento com o assassinato do pastor. A advogada de Flordelis, Luciene Suzuki, afirma, porém, eles se apresentaram voluntariamente. Ela não quis dar detalhes sobre o andamento do caso ou da linha de defesa.
De acordo com fontes da polícia, as imagens das câmeras de segurança da casa do casal mostram nitidamente a ação dos assassinos de touca ninja no momento do assassinato do pastor. “Eles não eram criminosos profissionais, diante do modus operandi do crime”, disse um agente.
Durante toda a manhã desta terça, a delegada Bárbara Lomba colheu depoimentos sobre o caso. Ao todo, sete pessoas foram ouvidas. Às 14h, Bárbara deixou a sede da especializada, em Niterói, para fazer uma diligência sobre o caso.O promotor Sérgio Luís Lopes Pereira ficou por três horas com a delegada conversando sobre o caso.
Flordelis acompanhou as buscas realizadas pela polícia. A polícia pediu à Justiça a quebra de sigilo telefônico dos supostos envolvidos no crime. Por volta das 20h30, um agente da polícia técnica fez uma perícia balística na lateral da DHNSGI, disparando quatro tiros com uma arma 9 mm.
Nesta segunda-feira, após a prisão de Flávio e Lucas, a advogada da família Luciene Suzuki, disse desconhecer a informação de que haveria desavença na família.
Encontramos uma pistola no quarto do Flávio. Coletamos o padrão balístico e há uma indicação forte de que seja a arma do crime
A polícia nunca tratou o caso como crime passional. Se trata de homicídio, mas motivação ainda não temos
BÁRBARA LOMBA, delegada