Novos vazamentos mostram ex-juiz Sergio Moro reclamando de investigação contra FHC
A estratégia de abrir investigação contra FHC sob o pretexto de causar uma impressão de imparcialidade junto à opinião pública já havia sido manifestada por procuradores em outro grupo de troca de mensagens do Telegram revelada pelo portal The Intercept.
Em 17 de novembro de 2015, o procurador Roberson Pozzobon mandou uma sugestão: investigar, num mesmo procedimento, pagamentos da Odebrecht aos institutos de Lula e FHC. “Assim ninguém poderia indevidamente criticar nossa atuação como se tivesse viés partidário”. A acusação contra FHC já era conhecida pelo Ministério Público desde 2016 após Emílio Odebrecht confirmar ‘ajuda de campanha’ ao tucano nas eleições de 1994 e 1998. “Ajuda de campanha eu sempre dei a todos eles. E a ele também dei. E com certeza teve a ajuda de caixa oficial e não oficial”, afirmou o empresário, ao ser questionado sobre caixa 2.
O depoimento que acusava o ex-presidente de receber vantagens indevidas e não contabilizadas durante campanha eleitoral seguiu em segredo de justiça até abril de 2017, quando foi enviado para a Procuradoria da República de São Paulo e virou notícia. “O Brasil precisa de transparência. A Lava Jato está colaborando no sentido de colocar as cartas na mesa. Vamos colocar as cartas na mesa. Não tenho nada a esconder, nada a temer e vou ver com calma do que se trata. Por enquanto, não há nada especifico, é tudo muito vago”, respondeu FHC.
Ao site The Intercept, a assessoria de Sergio Moro respondeu que o caso envolvendo FHC foi encaminhado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a outros fóruns de justiça. ‘Nenhuma interferência do então juiz seria sequer possível e nenhuma foi de fato feita’.