O Dia

Famílias atingidas por rompimento de adutora em Nova Iguaçu acusam Cedae de negligênci­a

Moradores contam os prejuízos

- RENAN SCHUINDT renan.schuindt@odia.com.br

Um dia após terem suas casas invadidas pela água, devido ao rompimento de uma adutora, moradores do Parque São Francisco, no KM 32, em Nova Iguaçu, reclamam de negligênci­a por parte da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae). De acordo com as famílias, há pelo menos dez dias a Cedae vinha sendo chamada para conter um vazamento no local, o que só teria acontecido poucas horas antes do acidente. Apesar das reclamaçõe­s, a companhia negou ter detectado o problema.

Segundo a Defesa Civil, 108 famílias foram afetadas. Dessas, três estão desalojada­s. É o caso de Márcia Pires de Jesus, de 22 anos. A jovem dormia com o filho, de 1 ano, quando seus sogros chegaram para resgatá-la. “Faltava pouco para a água alcançar a altura da cama. Você leva um tempo para conquistar as coisas e, em poucos segundos, tudo vai embora”, desabafa a moradora. Além de perder todos os pertences, a família também ficou sem os equipament­os

do salão de beleza, de onde tirava o sustento.

Vizinho da adutora, Marllon Cespedes até gravou um vídeo que mostra o chafariz formado pelo rompimento da tubulação. De acordo com o morador, nos últimos dias a família solicitou manutenção à Cedae, depois de notar a umidade do seu terreno. “Vi que estava acontecend­o alguma coisa, porque o solo estava muito encharcado. A força da água levou tudo. Só não foi pior porque nossa obra foi feita pensando justamente nesse risco”, disse. Já Valmir Rodrigues da Silva, de 54 anos, tinha acabado de reformar a casa. Com a ajuda de uma pá, ele passou o dia retirando a lama ontem. “Esse é o cotidiano de quem mora perto de uma adutora da Cedae. Agora, só Deus sabe quanto tempo vai levar até voltar tudo ao normal”, indignou-se.

Alexandre Galozi, de 44 anos, assistia à TV com a esposa quando ouviu, segundo ele, um estalo. Ao sair, percebeu a água invadindo sua casa e a da vizinha. Preocupado­s, fugiram e ainda ajudaram a moça a sair com um recém-nascido. “Foi um desespero só. Por pouco ela não ficou presa em casa com a força da água”, descreveu. No total, seis ruas foram afetadas pela enxurrada: São Marcos, Santa Tereza, Santa Maria, São Jorge, Santa Rosa e Estrada do Tingui.

Por meio de nota, a Cedae informou que realiza regularmen­te vistorias na tubulação em questão e atua quando há necessidad­e de manutenção. Segundo a companhia, não havia sido detectado vazamento anterior ao registrado na segunda-feira. O reparo foi concluído ontem à tarde.

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FOTOS REGINALDO PIMENTA Funcionári­os da Cedae realizam manutenção em adutora. Uma escola está sendo construída ao lado
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Valmir Rodrigues da Silva passou o dia retirando lama de sua casa

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