O Dia

Caveirão dificultou socorro, diz pai de bebê

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A família do recém-nascido Benjamim Ribeiro Queiroz, de um mês e 14 dias, reclama que PMs do 18º BPM (Jacarepagu­á) dificultar­am o socorro da criança, que morreu na manhã de ontem, na Cidade de Deus. Na ocasião, por volta de 6h30, os policiais estavam na comunidade da Zona Oeste do Rio para uma operação. Durante a ação do batalhão, que teve troca de tiros, Benjamim foi encontrado ensanguent­ado em casa.

O pai da criança, Ruan Ribeiro, de 21 anos, contou que, durante o tiroteio, ele, a esposa, um filho de 4 anos e outra filha, que completou 2 anos ontem, estavam se protegendo dos disparos dentro de casa, que fica na localidade conhecida como 13. Ao perceber o filho ensanguent­ado, ele tentou levar a criança a um hospital. “Eu tentei sair de casa. Liguei o carro, mas os policiais colocaram o caveirão na frente”.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que Benjamim deu entrada na UPA da Cidade de Deus em estado muito grave. “Apesar dos esforços, a criança não resistiu e foi a óbito”, diz a nota. A Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro, RioSaúde, informa que, segundo os médicos, o bebê não foi atingido por disparos.

Na ocorrência feita pelo 18º BPM sobre a ação, os agentes confirmara­m que a operação teve o uso do blindado. “Porém, a criança deu entrada (na UPA) antes do início da operação”. Já a Polícia Civil informou que “de acordo com a 32ª DP (Taquara), diligência­s estão sendo realizadas. O pai foi ouvido e a delegacia aguarda o resultado da necrópsia”.

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