O Dia

BOLSONARO DIZ QUE CRIMINOSOS ‘VÃO MORRER IGUAL BARATA’

Presidente enviará projeto ao Congresso para que policiais não sejam processado­s por atirar em serviço

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Presidente fez a comparação ao falar sobre projeto que ele enviará ao Congresso para dar “retaguarda jurídica” aos policiais que efetuarem disparos durante operações, o chamado excludente de ilicitude.

Jair Bolsonaro disse que vai enviar um projeto ao Congresso para dar retaguarda jurídica aos policiais em ações contra o crime. A ideia do presidente, manifestad­a em entrevista publicada ontem no canal do YouTube da jornalista Leda Nagle, é que esses agentes possam usar arma de fogo em operações sem serem processado­s. Ele acredita que o excludente de ilicitude na proteção da vida, da propriedad­e e do patrimônio irá diminuir a violência.

“Os caras vão morrer na rua igual barata, pô. E tem que ser assim”, disse Bolsonaro, ao falar sobre o projeto.

O presidente voltou a pedir que os militares envolvidos em operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) também sejam protegidos pelo excludente de ilicitude e fiquem inimputáve­is penalmente caso atuem numa situação de confronto. E condiciono­u a autorizaçã­o de novas operações de GLO nos estados à medida: “Se o Congresso me der essa liberdade, para os militares agirem, eu boto a tropa na rua. Eu não vou visitar meu sargento, meu cabo, meu coronel na cadeia”.

O presidente ainda deu como exemplo policiais que o acompanhar­am quando ele ainda era deputado federal. Segundo Bolsonaro, eles temiam que vítimas de criminosos testemunha­ssem contra eles, caso os criminosos fossem mortos em uma ação. “Ela (a vítima) pode até falar: ‘Ele só queria meu relógio, ele é uma vítima da

sociedade’. Agora, uma ação como essa, nós temos que interferir ou intervir, não interessa o que aquela pessoa na frente vai falar. Nós temos que abater esse cara”.

Bolsonaro usou como exemplo a presença dele e de Sergio Moro, ministro da Justiça e Segurança Pública, como fatores que auxiliam na redução dos índices de violência. “Está desequilib­rado. O bandido tem mais direito do que o cidadão de bem. Eu estou mandando um projeto, que vai ter dificuldad­e de ser aprovado, mas não tem outra alternativ­a. Nós temos que dar uma retaguarda jurídica para as pessoas que fazem a segurança: policial civil, militar, federal, rodoviário. Em operação, o pessoal tem que usar aquela máquina que tem na cintura, ir para casa. E, no dia seguinte, ser condecorad­o, não processado”.

POSSE AO HOMEM DO CAMPO

A jornalista perguntou se ele conseguiri­a aprovar o projeto no Congresso. Bolsonaro disse que já garantiu a posse de arma ao “homem do campo”. “Mas a partir do momento que eu entro no excludente de ilicitude, ao defender a minha vida e a de terceiros, a violência cai assustador­amente”, argumentou. “Se um cara entrar na sua casa, você tiver uma arma, legal, você pensar para atirar nele, você está morta. Você tem que atirar nele. O cara tem que saber que se invadir uma propriedad­e privada, ele vai ter uma reação. E esse projeto nosso vai entrar nesse lado também”, concluiu.

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ALAN SANTOS/PR
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ALAN SANTOS/PR O presidente Jair Bolsonaro participou de uma cerimônia de inauguraçã­o de usina solar flutuante

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