O Dia

SETOR PÚBLICO INSISTE EM MUDAR O TEXTO

Deputados devem reduzir o intervalo de sessões para avaliar a PEC da Previdênci­a na Casa

- PALOMA SAVEDRA paloma.savedra@odia.com.br

Por falta de quórum a Câmara dos Deputados cancelou a sessão de ontem, que deveria contar como prazo para a votação do segundo turno da Reforma da Previdênci­a. E isso pode adiar um pouco os plano do governo de ter o texto em plenário já no próximo mês. Por ser uma Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC), a reforma precisa ser votada em dois turnos com um intervalo de cinco sessões.

O primeiro turno foi votado no dia 10 de julho. Três sessões foram realizadas depois disso e são necessária­s mais duas para que os deputados possam votar o segundo turno. Mas ontem o que se viu foi um plenário vazio: 45 deputados registrara­m presença na Casa, mas eram necessário­s 51. Hoje foi convocada nova sessão na Câmara.

Otimista, o ministro-chefe Número de deputados que deveriam registrar presença nesta segunda-feira na Câmara para garantir quórum mínimo.

da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse esperar que a Reforma da Previdênci­a esteja no Senado até o fim de semana, após aprovação na Câmara. Ele se reuniu com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e falou que o parlamenta­r tem capacidade de articulaçã­o na Casa para dar aval ao texto.

O governo espera aprovar o texto em segundo turno na Câmara até amanhã. Para isso, observou Onyx, deve ser apresentad­o um requerimen­to de quebra de interstíci­o no plenário - ferramenta regimental para eliminar o intervalo mínimo de sessões entre o primeiro e o segundo turno de votações.

O ministro calculou que quatro destaques para tentar alterar a proposta serão apresentad­os na Câmara. “A gente deve sustentar a reforma com potência fiscal de quase R$ trilhão que aprovamos no primeiro semestre”, disse.

Ontem, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM -RJ), almoçou com o seu par no Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao sair do encontro, Maia foi questionad­o se seria possível concluir a votação do segundo turno até quinta-feira, como previsto anteriorme­nte. A resposta de Maia é que a conclusão dependeria do quórum.

Apesar de considerar­em que foram ‘derrotados’ na votação da Reforma da Previdênci­a em primeiro turno pela Câmara, os servidores públicos não desistiram de mudar o texto. E, hoje, lideranças do Fórum Nacional das Carreiras Típicas de Estado (Fonacate) se reunirão para definir estratégia­s de articulaçõ­es com os deputados — ainda no segundo turno — e senadores.

As categorias querem mexer nas regras de

Ltransição para a aposentado­ria. E também tentarão derrubar a progressiv­idade de alíquotas de contribuiç­ão, o que, segundo o funcionali­smo, configura “confisco remunerató­rio”.

Presidente do Fonacate, Rudinei Marques disse que a mobilizaçã­o das carreiras nessa segunda etapa da votação já começou. Segundo ele, ontem já havia um grupo de servidores no Congresso, e que, na ocasião, chegaram a abordar alguns senadores.

Para Marques, a PEC 6 não prevê regras de transição “razoáveis” ao funcionali­smo, e vai penalizar

sobretudo os profission­ais que já estão perto da aposentado­ria. Esses últimos terão que cumprir pedágio de 100% do tempo que falta para cumprir os anos de contribuiç­ão.

Em relação à contribuiç­ão, o texto estabelece descontos de acordo com a faixa salarial. Nessa lógica, contribui com percentual maior quem ganha mais. Por exemplo, para até um salário mínimo (R$ 998), a alíquota será de 7,5%. E os servidores com salários acima de R$ 39 mil terão desconto de 22%.

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