O Dia

Presa quadrilha de roubo e desmanche de carros

Bando lucrava até 2.000% em esquema com ferros-velhos na Vila Kennedy

- RAFAEL NASCIMENTO rafael.nascimento@odia.com.br RAI AQUINO rai.aquino@odia.com.br

Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) prenderam, ontem, 11 suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de carros que atuava baseada na Vila Kennedy, Zona Norte do Rio. Estimativa da polícia aponta que o bando lucrava até 2000% com a venda de cada veículo. De acordo com as investigaç­ões, que duraram três meses, os criminosos compravam automóveis praticamen­te destruídos, em leilões, por cerca de R$ 4 mil, e os revendiam por até R$ 80 mil. Para transforma­r o carro em novo, eles usavam peças de veículos do mesmo modelo roubados.

A Operação Lego, como foi batizada, visava prender 80 suspeitos de integrar a quadrilha, que além da Vila Kennedy, atuava também em roubos principalm­ente em Campo Grande, Santa Cruz, Realengo e Bangu. Ao todo, 11 suspeitos foram presos, dentre eles, Gabriel de Andrade de Oliveira, apontado como um dos envolvidos na morte do subtenente da reserva da PM Carlos Alberto Pitta. O policial foi assassinad­o durante uma tentativa de assalto, em maio de 2017, em Bento Ribeiro.

Segundo as investigaç­ões, a quadrilha usava os carros reconstruí­dos para transporta­r armas, drogas e criminosos entre comunidade­s, além de revendê-los para conseguir mais recursos. “Eles pegavam

um veículo de leilão, praticamen­te perdido, quase sem nenhum valor comercial, pois o que interessav­a para eles era a documentaç­ão”, detalha o titular da DRFA, delegado Alessandro Petralanda.

Além das prisões, foram cumpridos diversos mandados de busca e apreensão, principalm­ente em ferrosvelh­os, onde foram descoberta­s dezenas de peças de carros. “Eles recuperava­m um carro praticamen­te 100% com peças roubadas, fazendo com que o veículo passasse a ser um carro bom com o documento legalizado do leilão”, acrescenta Petralanda, reforçando que os veículos eram “vendidos normalment­e para terceiros de boa-fé, para que o dinheiro revertesse em compra de drogas e armas para levar para a comunidade”.

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REGINALDO PIMENTA Ferro-velho em Realengo foi um dos locais onde a operação encontrou carros sendo desmanchad­os

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