Presa quadrilha de roubo e desmanche de carros
Bando lucrava até 2.000% em esquema com ferros-velhos na Vila Kennedy
Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA) prenderam, ontem, 11 suspeitos de integrar uma quadrilha de roubo de carros que atuava baseada na Vila Kennedy, Zona Norte do Rio. Estimativa da polícia aponta que o bando lucrava até 2000% com a venda de cada veículo. De acordo com as investigações, que duraram três meses, os criminosos compravam automóveis praticamente destruídos, em leilões, por cerca de R$ 4 mil, e os revendiam por até R$ 80 mil. Para transformar o carro em novo, eles usavam peças de veículos do mesmo modelo roubados.
A Operação Lego, como foi batizada, visava prender 80 suspeitos de integrar a quadrilha, que além da Vila Kennedy, atuava também em roubos principalmente em Campo Grande, Santa Cruz, Realengo e Bangu. Ao todo, 11 suspeitos foram presos, dentre eles, Gabriel de Andrade de Oliveira, apontado como um dos envolvidos na morte do subtenente da reserva da PM Carlos Alberto Pitta. O policial foi assassinado durante uma tentativa de assalto, em maio de 2017, em Bento Ribeiro.
Segundo as investigações, a quadrilha usava os carros reconstruídos para transportar armas, drogas e criminosos entre comunidades, além de revendê-los para conseguir mais recursos. “Eles pegavam
um veículo de leilão, praticamente perdido, quase sem nenhum valor comercial, pois o que interessava para eles era a documentação”, detalha o titular da DRFA, delegado Alessandro Petralanda.
Além das prisões, foram cumpridos diversos mandados de busca e apreensão, principalmente em ferrosvelhos, onde foram descobertas dezenas de peças de carros. “Eles recuperavam um carro praticamente 100% com peças roubadas, fazendo com que o veículo passasse a ser um carro bom com o documento legalizado do leilão”, acrescenta Petralanda, reforçando que os veículos eram “vendidos normalmente para terceiros de boa-fé, para que o dinheiro revertesse em compra de drogas e armas para levar para a comunidade”.