O Dia

Moro impediu apreensão de celulares

Segundo site, o então juiz orientou procurador­es a evitar ação contra Eduardo Cunha

- > Curitiba, Paraná

A revelação de novas mensagens trocadas pelo aplicativo Telegram entre integrante­s da Operação Lava Jato aponta que o então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública, instruiu os procurador­es da força-tarefa a não recolherem os celulares de Eduardo Cunha na véspera da prisão do ex-presidente da Câmara dos Deputados, em outubro de 2016. A reportagem foi publicada ontem à noite pelo BuzzFeed News com base em diálogos obtidos pelo site The Intercept.

Segundo o site, a recomendaç­ão de Moro foi repassada em uma conversa com o procurador Deltan Dallagnol, em conversa ocorrida em 18 de outubro de 2016 (veja ao lado). Procurados, Moro e representa­ntes da Lava Jato disseram não reconhecer a autenticid­ade das mensagens. Mas informaram que os celulares de Cunha já haviam sido apreendido­s. Porém, a reportagem revela que a apreensão ocorreu em dezembro de 2015, quase um ano antes da prisão.

INFLUÊNCIA NO STF

Foi o segundo vazamento de mensagens entre integrante­s da força-tarefa em menos de 24 horas. Na madrugada de ontem, o site The Intercept revelou que o procurador Deltan Dallagnol usou grupos políticos para incentivar manifestaç­ões e tentou até influencia­r na escolha do novo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Apenas um dia após a morte do ministro Teori Zavascki, vítima de acidente aéreo em janeiro de 2017, Dallagnol já se articulava para indicar o seu substituto no STF como relator da forçataref­a. Em mensagem a Fabio Alex Oliveira, líder do Mude, ele estimulou a rejeição a Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowsk­i e Dias Toffoli, atual presidente da Corte. Celso de Mello foi apontado como o “menos pior”.

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ARQUIVO Vazamento de mensagens aponta recomendaç­ão de Moro a Dallagnol

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