O Dia

Articulaçã­o com União é aposta para ajudar o Rio

Com revisão do Plano de Recuperaçã­o Fiscal, Estado calcula dívidas bem maiores em 2023

- Paloma Savedra

Alerta nas finanças fluminense­s — e também para o funcionali­smo. O secretário estadual de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho, revelou ontem que o governo Witzel refez as estimativa­s que constam do Plano de Recuperaçã­o Fiscal do Rio entregue pela gestão Pezão ao governo federal, em setembro de 2017. Com os novos cálculos, os valores dos débitos do estado subiram: só o serviço da dívida (que envolve o pagamento de juros e amortizaçõ­es) com a União será de R$ 21 bilhões, e não de R$ 19 bilhões, ao fim da recuperaçã­o fiscal, em 2023.

Já a projeção de restos a pagar — ou seja, passivos do estado com fornecedor­es —

saltou de R$ 3,3 bilhões para R$ 26,3 bilhões. A apresentaç­ão foi feita em audiência da CPI da Crise Fiscal do Rio, na Alerj. E, em meio ao cenário adverso, Carvalho e outros integrante­s do governo apostam que um caminho é a articulaçã­o com a União para alterar algumas medidas previstas na Lei 159 (do Regime de Recuperaçã­o Fiscal).

Pela lei, o Rio terá que voltar a honrar com o pagamento da dívida com a União já em setembro de 2020, o que, segundo Carvalho, é “insustentá­vel”. A ideia é adiar para 2023, como prevê a sugestão de revisão do plano de recuperaçã­o apresentad­a pelo governador Wilson Witzel ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em 27 de junho.

À Coluna, Carvalho declarou que já há conversa com o governo federal por essa mudança. “Está se criando um clima político. Obviamente, a lei será debatida no Congresso. Agora, se a União entende que a medida é necessária, um aval deles facilita muito a negociação. E o que está se negociando agora é uma repactuaçã­o nacional para que todos os estados saiam da situação delicada em que estão”, disse.

REALISTA

Segundo o secretário, para chegar aos novos números, o Estado trabalhou de forma “realista”. Ele disse ainda que o governo anterior “superestim­ou” algumas medidas e previu ações que não tinham como ser executadas.

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THIAGO LONTRA/ALERJ O secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho, apresentou os cálculos em reunião da CPI da Crise Fiscal
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