O Dia

TROCAçãO ENTRE FROTA E BOLSONARO

Críticas e ataques marcam fim da relação entre presidente e deputado federal expulso do PSL

- > Brasília, Distrito Federal

Otempo fechou na relação entre Jair Bolsonaro e Alexandre Frota. A relação, que parecia ser de admiração mútua durante o período eleitoral do ano passado, agora terminou em baixaria. Em entrevista publicada ontem pela Folha de S. Paulo, o deputado federal partiu com tudo para cima de Bolsonaro com golpes baixos: “Como ator pornô, dei mais certo do que Bolsonaro no Exército”.

Foi o desfecho de uma novela que começou após seguidas críticas públicas ao governo que terminou com a expulsão de Frota do PSL, mesmo partido do presidente. Ao ser questionad­o sobre o assunto, na quarta-feira, Bolsonaro atacou, com ironia: “Sei nem quem é esse”. Frota revidou em seguida, ao publicar um vídeo chamando

‘Sei nem quem é esse’, disse Bolsonaro ao ser questionad­o sobre saída de Frota do PSL

Estou aliviado de não ter mais o peso Bolsonaro nas minhas costas. Isso não é ser Judas, como a milícia dele quer pintar ALEXANDRE FROTA, sobre sua saída do PSL

Como ator pornô, dei mais certo do que Bolsonaro no Exército ALEXANDRE FROTA, deputado federal

o presidente de hipócrita. Ontem, ele confirmou a sua ida para o PSDB.

Para a Folha, Frota desferiu uma série de ataques a Bolsonaro, a quem chamou de “idiota ingrato que nada sabe”. Afirmou, ainda, que o ocupante do Palácio do Planalto “se mostra, muitas vezes, infantil”. Falou, também, que aquela cadeira de presidente ficou grande para ele, que “se lambuzou com o mel da Presidênci­a”. Frota atribuiu a sua expulsão do PSL por criticar abertament­e o presidente. “É um aviso para aqueles que acham que estamos vivendo em uma democracia”.

Em entrevista à revista Época, o congressis­ta voltou a alfinetar o presidente ao dizer que ele tem uma milícia. “Estou aliviado de não ter mais o peso Bolsonaro nas minhas costas. Isso não é ser Judas, como a milícia dele tenta pintar”.

Frota relembra ainda do “sacrifício” que fez para ajudar Bolsonaro desde 2013, quando, segundo o deputado, fazia o que estivesse ao alcance para agradar ao presidente. “Muitas vezes, ele ficava assustado, com medo da CUT, do PT, do MST, e eu trazia amigos de minha academia para fazer a segurança dele. Eu o buscava no aeroporto, disponibil­izava carro blindado. Levei-o a rádios e televisões, levei-o para restaurant­es populares. Em Curitiba, eu o carreguei nos ombros do aeroporto ao trio elétrico. Saí na porrada com o PT por causa dele, participei de todas as manifestaç­ões. Dobrei várias pessoas que não queriam votar nele. Eu acreditei”, completou Frota.

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