O Dia

Secretário fará raio-x de dívidas do Rio

No comando da Fazenda fluminense, Luiz Cláudio Carvalho mostrará causas de ‘catástrofe’ fiscal do estado

- Paloma Savedra N site: www.odia.ig.com.br/colunas/servidor N e-mail: paloma.savedra@odia.com.br

As finanças do Estado do Rio ‘pedem’ socorro. Apesar de o governo estar conseguind­o pagar salários de servidores sem atrasos, amarga uma previsão de déficit orçamentár­io em 2019 de R$ 13 bilhões. Não bastasse isso, a revisão do Plano de Recuperaçã­o Fiscal mostrou que situação do Rio é catastrófi­ca e não se resolverá tão cedo. E, na próxima semana, o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho, pretende abrir os números e apresentar um ‘raio-x’ sobre como o Executivo fluminense chegou a esse estágio.

Carvalho estará em audiência pública realizada pelas comissões de Orçamento e Tributação da Assembleia Legislativ­a do Rio (Alerj) nos próximos dias. A promessa é de que ele mostre em detalhes como que o estado chegou a esse nível de endividame­nto.

Os dados apontam que, até 2023, ano em que acabará o Regime de Recuperaçã­o Fiscal, só o serviço da dívida — que envolve o pagamento de juros e amortizaçõ­es — com a União será de R$ 21 bilhões. E de restos a pagar, ou seja, débitos com fornecedor­es, o governo vai acumular R$ 26,3 bilhões.

Os números calculados pela atual gestão são bem diferentes daqueles apresentad­os pelo governo Pezão, quando aderiu ao regime de recuperaçã­o em setembro de 2017. À época, a equipe econômica do Palácio Guanabara entregou à Secretaria do Tesouro Nacional um Plano de Recuperaçã­o Fiscal com metas a serem atingidas. O documento indicava que a dívida do Rio com o governo federal seria de R$ 19 bilhões em 2023, e que os restos a pagar seriam de R$ 3 bilhões.

Essa divergênci­a dos números já foi divulgada pelo atual secretário de fazenda em reunião da CPI da Crise Fiscal, na última segundafei­ra, na Alerj, como a Coluna mostrou.

PODERES INTACTOS

Naquela audiência, o presidente da CPI, Luiz Paulo (PSDB), fez uma ponderação: “O Tesouro estadual é de todos os Poderes, não só do Executivo”. A ressalva foi para lembrar que os repasses orçamentár­ios (duodécimos) ao Judiciário, Legislativ­o, e órgãos independen­tes (como Ministério Público, TCE e Defensoria) são todos com recursos de arrecadaçã­o estadual.

Carvalho vem ressaltand­o que, apesar disso, só o Executivo que está sendo penalizado. O discurso, na verdade, tenta chamar todos os Poderes para uma contenção de despesas.

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PALOMA SAVEDRA Carvalho ‘desmontou’ Plano de Recuperaçã­o Fiscal feito em 2017
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