O Dia

CV e PCC entram na Justiça contra medida de Moro e Bolsonaro

Chefões dos principais grupos criminosos em atuação no país querem derrubar decisão que endurece encarceram­ento

- BRUNA FANTTI bruna.fantti@odia.com.br

Traficante­s das maiores facções criminosas do Brasil querem derrubar decisão do ministro que endurece encarceram­ento e proíbe até o contato físico entre presos e seus familiares.

OInstituto Anjos da Liberdade entrou com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a anulação da portaria 157/2019 do Ministério da Justiça, que determinou a suspensão do contato físico entre presos federais e seus parentes. De acordo com o texto, só delatores ou colaborado­res poderão ter o benefício.

Se aceito, o pedido da ONG irá beneficiar os chefões do Comando Vermelho e do PCC, principais facções criminosas em atividade no país.

Na denúncia, encaminhad­a em maio ao STF, os autores afirmam que a norma força delações, pune as famílias, os presos e ainda viola o sigilo da comunicaçã­o entre advogados e clientes, o que contraria a Constituiç­ão.

A advogada Flávia Fróes, do Instituto Anjos da Liberdade, disse que a medida é desumana. “Como explicar para uma criança que ela só pode olhar o pai através do vidro? Não pode tocar ou abraçar?”.

ASSUNTO EM DEBATE

Amanhã, ela irá coordenar um colóquio no Congresso Nacional para discutir o tema com deputados do PSOL, especialis­tas em infância e representa­ntes da ONU. Parentes de detentos também irão comparecer. Eles serão ouvidos sobre os transtorno­s causados com a medida. “Vamos exibir um documentár­io que gravamos com crianças, filhos de presos de oito facções diferentes de todo o país. Elas estão passando por transtorno­s psicológic­os pela falta de contato com os pais”, contou.

A advogada também enviou uma denúncia sobre a portaria de Moro à Comissão Interameri­cana de Direitos Humanos (CIDH).

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REPRODUçãO Cartaz divulga colóquio para discussão do tema, que ocorrerá amanhã

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