Primeira fase recolhe moradores de rua na Zona Sul; ação deve se estender, mas ainda sem data prevista
Marcha de ordem do governo cobre só pontos turísticos do Rio
Dezessete órgãos municipais e estaduais realizaram, desde as primeiras horas da manhã de ontem, a ‘Marcha pela Cidadania e Ordem’, como foi chamada a iniciativa do governo, em que agentes públicos recolheram moradores de rua usuários de drogas, além de combaterem o comércio irregular. Apesar de haver previsão para toda a cidade, por enquanto a ação de ordenação urbana visou apenas pontos turísticos, na Lagoa e em parte do Leblon, na Zona Sul do Rio.
“O governador ( Wilson Witzel) diz que o turismo é o novo petróleo. Ele determinou um planejamento para que nós conseguíssemos restabelecer a ordem urbana, principalmente nos pontos turísticos”, destacou o secretário de Governo e Relações Institucionais, Cleiton Rodrigues.
O trabalho dos agentes das polícias Civil e Militar, das secretarias estaduais de Saúde, de Assistência Social e Direitos Humanos, de Educação e de Trabalho e Renda começou pelo Jardim de Alah, entre o Leblon e Ipanema. De lá, eles seguiram para o Corte do Cantagalo, que liga a Lagoa a Copacabana, e o Parque Garota de Ipanema, no Arpoador. Um homem foi encontrado morando no alto de uma árvore, onde ele construiu um barraco, no Corte do Cantagalo.
“Encontramos aqui uma desordem. Encontramos pessoas com passagens por porte e uso de drogas, mas não encontramos pessoas com mandados, apenas que usam drogas”, disse Rodrigues. “Para meu espanto, a maior parte dessas pessoas mora na Cruzada São Sebastião (no Leblon). Tem que se entender o motivo de essas pessoas estarem nas ruas. Essa marcha é para dar o direito de ir e vir do cidadão, mas também entender essas pessoas, dando dignidade e uma porta de saída da rua”.
FUNCIONAMENTO
A ideia do governo do estado é que a Marcha pela Cidadania e Ordem siga para outras regiões da cidade. Inicialmente, ela vai funcionar diariamente das 7h às 22h. Há a previsão de que ela passe a ser 24 horas.
“Essa será uma guerra diária. Mas há de se entender que precisamos reordenar o Rio”, reforçou o secretário. “A primeira fase é levar esses moradores de rua para um centro de triagem, na Ilha do Governador. A outra fase é levar as pessoas para um hotel no Centro da cidade (o Hotel Acolhedor), para que essas pessoas entendam que elas têm a dignidade de passar a noite num lugar que não seja a céu aberto e exposto à violência e a algum tipo de crueldade humana”.
De acordo com o coronel Ruy França, comandante do 23º BPM (Leblon), desde duas pessoas foram assassinadas por um morador de rua em surto na Lagoa, no dia 28 de julho, as ações de abordagens se intensificaram, resultando, agora, na ‘Marcha’. Policiais do batalhão deram apoio à ação de ontem para garantir a segurança dos servidores.
“Estamos apoiando a operação no sentido de dar respaldo. Já encontramos drogas, facas e tesouras. O material foi encaminhado para a delegacia. O que não tem relação com crime está sendo descartado”, afirmou França.
Se simplesmente recolherem, na primeira oportunidade essas pessoas vão voltar para a rua ALBA ZALUAR, antropóloga