O Dia

Mãe do sequestrad­or é consolada por pai de refém

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A mãe do sequestrad­or Willian Augusto da Silva, Renata Paula da Silva, pediu desculpas pelo crime do filho. Ela se disse chocada com o que aconteceu e contou que não esperava nada do gênero. Renata disse que o filho apresentav­a transtorno­s mentais. Chorando muito, ela perguntava repetidame­nte se o filho havia machucado alguém.

Também estiveram na Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, a tia, o primo e o pai de Willian para prestar depoimento­s. Antes disso, a família do sequestrad­or chegou a pedir desculpas às vítimas ainda na Ponte Rio-Niterói.

Mas foi na delegacia que se registrou um dos momentos mais emocionant­es. Muito abalada, a mãe de Willian passou mal e precisou ser amparada. E quem a consolou foi Paulo César Leal, de 54 anos, o paí da refém Raiane Leal, de 23 anos.

“Na hora não pensei em outra coisa, falei para ela ter calma. O que se fala para uma mãe que acabou de perder o filho? Só podia confortar. Era a minha intenção, como ser humano, apenas tentar ajudar, porque a dor é dos dois lados, não adianta ver só o meu lado”, contou Paulo Leal.

Renata da Silva estava em estado de choque na delegacia. Cuidadora de idosos, ela chorava muito durante o depoimento. Contou que soube por acaso, pela TV, que Willian estava sequestran­do um ônibus. Entrou em desespero e procurou a polícia. Ela se encaminhou à 74ª DP (Alcântara), de onde seguiu para batalhão de São Gonçalo. Foi nesse deslocamen­to que ela soube da morte do filho.

A mãe de Willian contou, ainda, que não tinha visto o filho na véspera do sequestro, porque ele havia passado a noite no Jardim Catarina, na casa da avó. Foi onde ele pegou as garrafas que encheria de gasolina, disse ela. Willian e os pais moravam no Jardim Catarina, mas tinham se mudado para o bairro do Jockey, também em São Gonçalo, depois que tiveram a casa interditad­a. O governo do estado confirmou que vai arcar com os custos do sepultamen­to de Willian.

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GILVAN DE SOUZA Paulo Leal, pai da refém Raiane, consola a mãe do sequestrad­or

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