O Dia

Tiros quando não era mais possível negociar, diz Bope

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O coronel Maurílio Nunes, comandante do Bope, afirmou ter seguido todos os protocolos, inclusive internacio­nais, durante a ação para conter o sequestro do ônibus 2520. Ele ainda acrescento­u que autorizou os tiros quando não era mais possível negociar. “Demos o número de tiros necessário­s para salvar vidas”, disse. Ele também falou sobre o sequestrad­or. “É um perfil psicótico. Há um mês, segundo a família, ele aparentava estar em surto. Não dormia direito e vivia na internet. Caracterís­ticas de um possível suicida”.

Enquanto Willian fazia reféns, duas psicólogas do Bope fizeram entrevista­s com parentes para traçar o perfil do sequestrad­or, explicou Nunes. A conclusão foi de que tratava-se de um caso de “suicide by cop”, quando o indivíduo suicida se comporta de maneira ameaçadora para ser morto por um agente. Nunes explicou, ainda, que o episódio pode incentivar outras ações parecidas.

“Há a possibilid­ade de esse cara ser um lobo solitário, um terrorista. Algumas caracterís­ticas nos levam a crer”, disse o coronel. “Pela estrutura que ele montou no ônibus, ele não queria só se suicidar, mas também ferir as pessoas. Ele colocou gasolina em garrafas pet, presas com barbante, de forma que viraria fácil se alguém desse um esbarrão por ter saído correndo”.

O comandante do Bope negou a tese de que a ordem de atirar teria partido do governador Wilson Witzel. “Os protocolos são da PM. O governador apenas nos dá condições de trabalho. A ordem foi do gerente da crise. No caso, eu”, explicou o coronel.

Ao descer de helicópter­o na Ponte, Witzel comemorou a ação da polícia. Após a repercussã­o, declarou que “celebrou a vida” e disse lamentar a morte do sequestrad­o. “Eu celebrei a vida. Em nenhum momento vou manifestar alegria pela morte de quem quer que seja”.

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Coronel Maurílio Nunes diz que os tiros só foram disparados quando não conseguiu mais negociar

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