Sequestros com reféns assustam o Rio
Um dos casos emblemáticos foi o do ônibus 174, em 2000, que terminou com duas pessoas mortas
OBrasil parou para assistir, há 19 anos, ao vivo pela televisão, a um dos mais dramáticos sequestros de sua história. Em 12 de junho de 2000, Sandro Barbosa do Nascimento, aos 21 anos, assaltou a linha 174 (Central do Brasil-Gávea) e fez 11 passageiros reféns no Jardim Botânico. Bem semelhante ao episódio de ontem, o caso teve desfecho trágico após quase cinco horas de negociações, com as mortes da professora Geisa Firmo Gonçalves, 21, grávida de dois meses, e do sequestrador.
Outra refém foi obrigada a escrever nas janelas do 174 frases a mando de Sandro. Uma delas dizia: “Ele vai matar geral às seis horas”. E outra: “Ele tem pacto com o diabo”. Por volta das 19h, o bandido, que era condenado por assalto à mão armada e furto qualificado, além de foragido, saiu do veículo usando Geisa como escudo. Foi, então, atingido por um policial do Bope e morreu asfixiado em uma viatura da PM. Geisa foi baleada de raspão pelo agente de segurança e por tiros à queima-roupa desferidos por Sandro. Ela morreu na hora.
A viação Galo Branco, dona do ônibus sequestrado ontem, já foi alvo de uma outra ação criminosa, que, por sinal, ocorreu no mesmo mês e local, mas em 1996. Um veículo da empresa foi roubado em São Gonçalo enquanto o motorista tinha ido
ao banheiro. Após perseguição policial, o ladrão jogou o coletivo contra a mureta e despencou da Ponte Rio-Niterói. O corpo do assaltante foi encontrado no dia seguinte. Não houve outras vítimas.
Outro sequestro entrou para a história policial em 11 de novembro de 2006 e parou a Rodovia Presidente Dutra na altura de Nova Iguaçu. O desempregado André Luiz Ribeiro da Silva manteve a ex-mulher, Cristina Ribeiro, sob a mira de um revólver por dez horas em um ônibus. Ele a acusava de traição. Acabou liberando os cerca de 50 reféns e depois a ex.
Na noite de 9 de agosto de 2011, cinco pessoas ficaram feridas (três passageiros, um PM e o motorista de um carro) após troca de tiros entre policiais e assaltantes que sequestraram um ônibus que ia da Praça Mauá para Caxias, na Avenida Presidente Vargas, Centro do Rio. Dois criminosos foram presos.
Durante um sequestro em Vila Isabel, em 25 de setembro de 2009, o major João Jacques Busnello, então atirador de elite do Bope, matou o assaltante Sérgio Ferreira Pinto Junior, 24. Por volta das 9h30, o bandido rendeu o motorista de uma Kombi. Em fuga da polícia, invadiu uma farmácia. Das 10h às 10h40, fez refém a comerciante Ana Cristina Garrido, 42. Posicionado atrás da janela de um prédio, Busnello fez um disparo que matou o criminoso e salvou a vítima.