MST comparado a grupo libanês
Bolsonaro vê semelhanças entre movimento e Hezbollah, que será relacionado ao terrorismo
O governo pretende considerar oficialmente os integrantes do Hezbollah como terroristas. A informação foi confirmada ontem de manhã em entrevista dada por Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto, em Brasília. O presidente chegou a comparar o grupo de orientação xiita ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) no Brasil.
O governo também diz ter informações da atuação do Hezbollah na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, países vizinhos que já consideram o grupo como terrorista. “Temos informes que têm pessoas deles por aqui também, tríplice fronteira, grupo do crime organizado no Brasil. Eles são unidos. Podem não ser muito organizados, mas são unidos”.
Bolsonaro disse, ainda, ver semelhanças entre as atuações do Hezbollah e do MST no Brasil. “São grupos terroristas, como o MST também é grupo terrorista. Os caras levam o terror no campo aqui. Queimam propriedades. Desestimula o homem do campo a produzir. É no Brasil todo, essa praga do MST”.
MST REBATE DECLARAÇÃO
O MST divulgou uma nota para comentar a declaração de Bolsonaro. “Bolsonaro não conhece a realidade no campo. Se conhecesse, saberia que no quesito violência no campo, são os trabalhadores e as trabalhadoras as mais vitimadas”, afirmou um trecho da nota, assinada por Alexandre Conceição, da direção nacional do MST.
“Bolsonaro é um erro histórico. Deveria saber que terrorismo é cortar as verbas da ciência e da educação brasileira. Terrorismo é não dar respostas concretas sobre a execução de Marielle Franco. Terrorismo é deixar milhares de brasileiros sem direito à aposentadoria”, concluiu o texto.
No dia 19 de julho, Wilson Witzel, governador do Rio, também falou sobre a presença do grupo libanês no Brasil: “Em breve, uma investigação revelará a ligação entre o tráfico e o Hezbollah”.
Reportagem publicada pelo DIA revelou uma apuração envolvendo Elton Leonel Rumich, conhecido como Galant, preso em fevereiro de 2018, no Rio. Ele é apontado como um dos chefões do Comando Vermelho e do PCC, principais facções criminosas em atuação no Brasil. E também é investigado por ter ligações com o grupo terrorista libanês. No momento da sua prisão, chegou a oferecer R$ 7 milhões aos policiais da Delegacia Especializada em Armas e Explosivos (Desarme) para não ter cinco celulares e uma caderneta com anotações apreendidos.