O Dia

Programa de privatizaç­ão de Bolsonaro inclui 16 estatais

Eletrobras, Correios e Casa da Moeda estão na lista de empresas à venda. Mais de 128 mil servidores podem ser afetados.

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Aintenção do governo federal de privatizar 16 estatais vai atingir, pelo menos, 128.180 funcionári­os, sendo que a maioria prestou concurso público. Apesar de muitos desses profission­ais serem regidos pela CLT — são empregados públicos —, eles se viam com mais garantias para continuare­m em seus empregos. Ontem, o ministro-chefe da Casa Civil da Presidênci­a da República, Onyx Lorezonzi, anunciou uma lista com nove empresas da União que serão incluídas nos estudos do Programa de Parcerias de Investimen­tos (PPI), ou seja, para se analisar a privatizaç­ão.

O Executivo incluiu no programa os Correios. Só essa empresa estatal tem 103.559 funcionári­os, de acordo com dados oficiais do ‘painel das estatais’. Entraram

ainda no PPI a Telebras, a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidor­es e Garantias (ABGF), Porto de Santos (Codesp), Serpro, Dataprev, Empresa Gestora de Ativos, Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada e Companhia de Entreposto­s e Armazéns Gerais de São Paulo.

E já estavam sendo alvo dos estudos de desestatiz­ação a Eletrobras, Casa da Moeda, Ceasaminas, Companhia Brasileira de Trens Urbanos, Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, Porto de São Sebastião e Porto do Espírito Santo. A Lotex, que não é estatal, também está no PPI.

Como ainda não foi batido o martelo sobre a privatizaç­ão das estatais que integram a lista, não foi formalizad­a uma medida voltada aos funcionári­os. Mas a expectativ­a é de que seja oferecido um PDV.

Ao lado do ministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas, Lorenzoni também comentou sobre a Petrobras. Segundo ele, o governo ainda não decidiu sobre privatizaç­ão da estatal. Mas sinalizou desejo da equipe econômica, e que estudos serão iniciados para se avaliar isso. “Não há decisão ainda de colocar a Petrobras como um todo no PPI”.

SÓ PARA 2020

Não há um prazo definido, por ora. Mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, já chegou a indicar que as desestatiz­ações devem ficar para o ano que vem. E os processos só começarão após a avaliação do custo-benefício, como explicou a secretária especial do PPI, Martha Seillier.

No caso dos Correios, a secretária só confirmou a intenção de Guedes: a ideia do governo Bolsonaro é mesmo passar, de alguma forma, a gestão da empresa à iniciativa privada. “A modelagem de como isso será feito, entretanto, não está pronta”.

Guedes reclamou da “eficiência” da empresa. Em nota, os Correios informaram que “a estatal aguarda orientação do seu órgão supervisor, o Ministério da Ciência e Tecnologia, e que segue recomendaç­ões de recuperar os indicadore­s financeiro­s e eficiência para garantir a sustentabi­lidade da empresa”. Disse que, no segundo semestre, “exige compromiss­o maior de todos os empregados com a sociedade para realizar com sucesso o Enem, Black Friday e Natal”.

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MATEUS BONOMI/AGIF/ESTADãO CONTEÚDO Ministro Onyx Lorenzoni, ao lado do ministro da Infraestru­tura, Tarcísio de Freitas, anunciou lista completa
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Paloma Savedra

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