O Dia

SEGURANÇA É ANIMAL

- LucAs cArDOsO lucas.cardoso@odia.com.br

Basta circular por alguns quilômetro­s na cidade para encontrar veículos com animais de estimação, estejam eles soltos no seu interior, no colo do motorista ou do passageiro, com a cabeça para fora da janela. Pode até ser bonitinho, mas o problema é que essa prática está longe de ser a maneira correta e segura para transporta­r os bichinhos.

De acordo com o Centro de Experiment­ação e Segurança Viária (Cesvi Brasil), levar o pet sem transporte apropriado representa risco à integridad­e física do animal e de todos os ocupantes do carro. “Caso haja a necessidad­e de sair com o animal de pequeno ou médio porte, uma das possibilid­ades é a utilização de caixas de transporte, que impedem que o

bicho se machuque durante qualquer trajeto. Sempre na segunda fileira de bancos”, comenta Emerson Feliciano, gerente sênior de Pesquisa e Conteúdo do Cesvi.

Além das caixas de transporte, também existem bolsas maleáveis, coleiras peitorais, cadeirinha­s (todos devem ficar afivelados ao cinto de segurança) e grades de contenção. Este último funciona como um bolsão, impedindo também que o animal acesse a fileira dianteira de bancos e o assoalho. Mas atenção às coleiras tradiciona­is: nas situações de frenagens bruscas ou acidentes, em vez de proteger, elas podem enforcar o animal.

Segundo a médica veterinári­a Andressa Gontijo, os donos dos animais de estimação também devem ficar atentos aos tamanhos das caixas de transporte, bolsas e peitorais. A caixa, por exemplo, deve ser confortáve­l o suficiente para permitir que o animal fique em pé no seu interior. No caso da coleira peitoral presa ao cinto de segurança, é preciso respeitar a circunferê­ncia do peito do animal, sempre deixando até 2 cm de folga.

“Os riscos são sempre maiores quando o animal está solto. Ele pode pular no motorista, causando um acidente, ou mesmo tentar fugir por uma janela aberta ou quando o motorista abrir a porta. Preso, o risco é muito baixo. Inclusive, em um acidente, as chances do animal sair com vida são maiores quando estão presos corretamen­te”, explica a médica veterinári­a.

Para os donos de animais de grande porte, uma dica é retirar o tampão do porta -malas e acomodar as caixas de transporte no compartime­nto. Sem a cobertura, o pet não irá sofrer com problemas de ventilação e com os trancos que podem acontecer durante a viagem. A medida também libera espaço no banco traseiro.

No caso dos felinos, a médica veterinári­a da rede Petz, Patrícia Rocha Pontes, sugere o transporte em caixas rígidas. “Como os gatos são mais ariscos e se assustam com maior facilidade, melhor o transporte dentro de caixas apropriada­s, feitas com material resistente e bastante ventiladas, sempre presas ao cinto”.

o Código de trânsito Brasileiro (CtB) não indica quais equipament­os devem ser usados para o transporte de animais dentro do veículo, mas três artigos podem enquadrar os motoristas flagrados com o animal solto. são eles: o 235, que impede o transporte de animais no exterior do veículo — em picapes, por exemplo; o 252 inciso ii, que pune a condução com animal, pessoa ou carga entre os braços, pernas ou à esquerda do motorista. indiretame­nte, quando o motorista comete infração ou sofre acidente por desatenção, também pode ser aplicado o artigo 169.

NUsar coleira tradiciona­l pode causar o enforcamen­to do pet em acidentes

Artigo 235

infração grave Multa de r$ 195,23 e 5 pontos

NNArtigo 252 Inciso II

infração média Multa de r$ 130,16 e 4 pontos

NNArtigo 169

infração grave Multa de r$ 195,23 e 5 pontos

NN

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Reprodução da internet
 ?? Reprodução da internet ?? Deixar o animal colocar a cabeça para fora do carro é infração grave
Reprodução da internet Deixar o animal colocar a cabeça para fora do carro é infração grave
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A coleira peitoral com fivela para fixação no cinto é mais usada para cães
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