Polícia age contra a milícia de Ecko
Grupo paramilitar é investigado pela atuação em localidades de Nova Iguaçu, na Baixada
APolícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) fizeram, ontem pela manhã, uma operação contra um dos braços financeiros da milícia chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko. A Operação Octopus cumpriu 36 mandados de busca e apreensão em imóveis do grupo paramilitar no Conjunto da Marinha, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
Além disso, os agentes também estiveram em endereços identificados como centrais clandestinas de TV a cabo e internet, além de depósitos de gás do bando. Ao todo, foram encontrados 11 pontos clandestinos de distribuição, que foram destruídos pelos agentes. A destruição contou com o apoio de técnicos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Ontem, três pessoas foram presas dentro das investigações para a operação. Elas são suspeitas de fazerem parte da quadrilha e foram levadas para a 56ª DP (Comendador Soares), responsável
pelas investigações. Uma delas é Raphael Souza da Rosa, que foi encontrado em uma das áreas de monitoramento do bando com uma câmera de segurança e um radiotransmissor.
INVASÃO EM COMUNIDADES
A investigação para a operação começou há dois meses, quando milicianos do bando de Ecko invadiram diversas comunidades do município. Além do Conjunto da Marinha, que é do ‘Minha Casa, Minha Vida’, eles tomaram regiões como Grão Pará, Pantanal, Dom Bosco, Marapicu,
Milicianos expulsaram donos de imóveis e negociaram sua propriedades
bem como outras localidades que ficam às margens da Estrada de Madureira (RJ-105).
Com a chegada dos milicianos, alguns criminosos, que eram integrantes da fação Comando Vermelho (CV) e atuavam na região, foram recrutados pelos novos invasores e passaram a fazer parte da milícia. Eles mesmos ajudaram os novos comparsas a identificar quem teria envolvimento com o tráfico e seus familiares. Aqueles que não aceitaram entrar para o bando fugiram e se refugiaram na Vila Kennedy, na Zona Oeste da capital.
Os milicianos também expulsaram diversos moradores, donos de imóveis, que foram negociados com terceiros de forma ilícita. A operação buscou, ainda, identificar esses proprietários, além de apurar o envolvimento dos síndicos dos condomínios com os criminosos, mediante o repasse de taxas.
A operação foi comandada pela 56ª DP e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ (Gaeco) e teve o apoio de diversas delegacias do Departamento Geral de Polícia da Baixada (DGPB) e da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).