Argentina declara moratória a FMI e bancos para tentar resolver crise cambial
O governo argentino propôs, ontem, uma revisão de vencimentos da dívida com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças da Argentina, Hernán Lacunza. Em coletiva, ele ainda anunciou medidas para controlar o quadro de instabilidade econômica. Entre as medidas, sugeriu a extensão dos vencimentos de dívida de curto prazo para investidores institucionais, como bancos e seguradoras. A última vez que a Argentina declarou moratória foi em 2001. O acordo com o FMI é de 56 milhões de dólares, o maior da história do Fundo.
Lacunza disse que deve haver uma reunião com representantes do FMI nas próximas semanas para discutir a revisão da dívida argentina com o Fundo. Segundo ele, esse diálogo será longo e só deve ser concluído no próximo governo. O presidente Mauricio Macri disputa a eleição com o oposicionista Alberto Fernández, favorito à presidência.
O ministro das Finanças disse que o diálogo não altera o cumprimento das metas já fechadas com o FMI. Lacunza também disse que os pagamentos da dívida não serão interrompidos. Mas a extensão para o pagamento daquelas de curto prazo com investidores institucionais permitirá retirar pressão nos meses anteriores ao primeiro turno presidencial, marcado para 27 de outubro. Os pagamentos a pessoas físicas prosseguirão normalmente, complementou Lacunza, citando ainda que as medidas anunciadas já foram informadas ao Fundo.