O Dia

Queimadas na Região Amazônica prejudicam mercado de pesca turística

Setor que atrai pescadores de todo o mundo movimenta R$ 8,5 bilhões e gera 200 mil empregos

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Arepercuss­ão mundial envolvendo a Amazônia preocupa os responsáve­is por organizar atividades voltadas para o turismo náutico nas regiões de Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro, um dos principais destinos da modalidade no país. A apenas duas semanas da abertura da temporada de pesca esportiva do tucunaré, atividade que atrai milhares de pescadores de todo o mundo, os organizado­res têm recebido consultas de estrangeir­os sobre a interferên­cia das queimadas na região. Segundo a Reuters, o governo vai editar um decreto proibindo o uso de fogo para limpeza de terrenos no país durante a seca deste ano. O texto está sendo redigido pela Subchefia de Assuntos Jurídicos da Presidênci­a, ligada à Secretaria-Geral.

Mesmo a mil quilômetro­s dos incêndios, a organizaçã­o das pescas teme que a discussão esvazie uma atividade que move R$ 8,5 bilhões por ano, gerando 200 mil empregos. Neste mês, a Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e a Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva (Anepe) firmaram parceria para criar um roteiro para o turismo internacio­nal de pesca. “Nosso objetivo é priorizar uma atividade rentável para o Brasil”, disse Osvaldo Matos, diretor de marketing da Embratur.

BOICOTE AO COURO DESMENTIDO

Esse não é o único mercado preocupado com eventuais prejuízos por causa da Amazônia. Na terça-feira, o Centro das indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), associação que representa as empresas produtoras de couro, enviou carta ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, mencionand­o a suspensão de compras do couro brasileiro por pelo menos 18 marcas de roupas e calçados internacio­nais. Ontem de manhã, José Fernando Bello, presidente-executivo da entidade, voltou atrás e negou a suspensão. “A carta foi divulgada antes da checagem com a empresa importador­a. Esse importador estaria supostamen­te suspendend­o as compras. Foi um equívoco nosso. Vamos corrigir a informação junto ao governo federal”, explicou. Segundo o presidente, o importador explicou que vai continuar com os pedidos em andamento. Mas gostaria de “esclarecim­ento adicionais” sobre a origem e rastreabil­idade do produto.

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JOAO LAET/AFP Visão aérea mostra a devastação na Serra do Cachimbo, reserva ambiental em Altamira (PA)

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