O Dia

PETROBRAS ANUNCIA AUMENTO DA GASOLINA

Petrobras anuncia o terceiro reajuste do valor do combustíve­l no mês de agosto

- Reportagem da estagiária Larissa Esposito, sob supervisão de Max Leone.

Oconsumido­r final sente logo no bolso quando a Petrobras anuncia alta do preço da gasolina nas refinarias, mas praticamen­te não vê cair quando a estatal reduz o valor. Por conta disso, os motoristas devem se preparar. A empresa anunciou ontem que elevou em 3,5% o valor do litro do combustíve­l, passando de R$ 1,62 por litro para R$ 1,67 na produção. Isso significa que a gasolina deve ficar R$ 0,05 mais cara nos postos, conforme repasse das distribuid­oras. No Estado do Rio, o preço médio está em R$ 4,79, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Com a estimativa, o valor médio poderá chegar a R$ 4,84. Pelo levantamen­to, há lugares em que o valor do combustíve­l atinge os R$ 5.

É o terceiro aumento anunciado este mês pela estatal. O primeiro foi de 4%, no começo de agosto. O último, feito no dia 16, ficou em 6%.

O repasse às bombas, porém, depende de políticas comerciais de cada posto e distribuid­ora, conforme a Lei 9.478/1997. Dessa forma, não há tabelament­o de preços, nem fixação de valores máximos e mínimos ou exigência de autorizaçã­o oficial para reajuste aos consumidor­es.

Mas segundo o economista Eduardo Bassin, da Bassin Consultori­a, “o que explica o motivo do consumidor não sentir as quedas dos preços, quando elas acontecem, é a falta de concorrênc­ia”.

“Dependendo do local em que o posto está, o dono se sente mais a vontade para reajustar quando há aumento e não se vê obrigado a voltar atrás quando cai”, explica.

Para o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíve­is e de Lubrifican­tes (Sindcomb),

no entanto, a realidade é diferente. Em nota, a entidade questionou que “a Petrobras aumentou a gasolina mais do que os estabeleci­mentos, em cerca de 30% contra 3%. Os postos não têm demanda. A crise econômica afeta esse cenário, assim como a concorrênc­ia que faz com que não seja aplicada variação. As vendas estão diminuindo e os postos fechando. Eram 900, agora são 680”.

OUTROS SETORES AFETADOS

O consumidor pode ser afetado de outras formas. O Bassin alertou: “A gasolina está presente na estrutura de custos de todas as empresas. Mesmo que não perceba de forma direta, pesa no bolso. Transporta­doras e transporte público serão os mais afetados, pois os insumos tendem a vir mais caros, como frete e passagem de ônibus”.

É possível pesquisar onde os preços estão mais em conta no site da ANP (http:// www.anp.gov.br/preco). Lá, há tabela com valores em postos pesquisado­s. As opções de consulta são por estado e municípios.

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FERNANDO MIRAGAYA Preços de combustíve­is e repasses dos reajustes não são tabelados

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