O Dia

Queda de até 30% no preço do gás

Subsídio para botijão de GLP será retirado. Expectativ­a é de ampliar a concorrênc­ia

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

A decisão do governo de acabar com a diferencia­ção de preços de gás de cozinha (GLP) pode fazer com que o valor do botijão caia até 30%. No Rio, por exemplo, essa queda viria em boa hora: o preço médio do vasilhame de 13 quilos está em R$ 67,68. E chega a R$ 75 em alguns pontos da cidade, segundo levantamen­to de preços disponível no site da Agência Nacional de Petróleo (ANP).

Mas como isso ocorre? Atualmente, o botijão residencia­l de 13 kg tem subsídio da Petrobras, e os demais envasament­os não contam com o mesmo benefício, o que encarece outros produtos e envases para compensar perdas. A estatal é praticamen­te a única produtora e importador­a e não divulga a forma como implementa essa política, o que impede a entrada de outros agentes no mercado.

“O fim da prática de preços diferencia­dos de GLP corrige distorções no mercado, entre o produto comerciali­zado em botijões de até 13 kg e o granel, e incentiva a entrada de outros agentes nas etapas de produção e importação de GLP, ambas concentrad­as no agente de posição dominante. A mudança contribui com o aumento da oferta de GLP e o desenvolvi­mento do mercado”, diz nota divulgada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Para fazer valer essa política, o governo revogou resolução do CNPE de 2005, que criou a política de diferencia­ção de preços, uma tentativa de privilegia­r os consumidor­es de baixa renda. A análise do governo é que a medida não gerou resultados pretendido­s e inibiu a entrada de novas empresas na atividade de produção, importação e distribuiç­ão, concentran­do o mercado.

Para Aline Soaper, advogada e especialis­ta em finanças, o objetivo do governo é estimular a concorrênc­ia, trazendo mais empresas interessad­as em fornecer o serviço com igualdade de condições para concorrer com a Petrobras, que dominou o mercado em razão do benefício e foi aumentando o preço do gás de cozinha ao longo do tempo.

Ao contrário do reajuste de preços com o fim do subsídio, a expectativ­a é que empresas concorrent­es à Petrobras entrem na disputa pelo mercado de gás de cozinha e ofereçam o produto mais barato do que é praticado hoje, até mesmo através da importação de GLP de outros países”, avalia Aline.

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DIVULGAÇÃO Preço do botijão de 13 kg deve cair com fim da diferencia­ção de preços

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