Escritores da Baixada na 19ª Bienal do Livro
Autores da região vão fazer bonito na maior feira literária do Rio, com vários lançamentos. Evento vai até o próximo domingo
Cada vez mais o maior evento literário do Rio abre as portas para a Baixada. Até o próximo domingo diversos escritores da região poderão ser vistos nos corredores da 19ª Bienal do Livro, no Riocentro, na Zona Oeste. Diversos autores vão marcar presença no evento e prometem fazer bonito com o lançamento de seus livros. Tem histórias de romance, ficção científica, aventura, contos... Tem publicações para todos os gostos.
Depois de seis obras escritas, Eva Derossi, de Mesquita, vai lançar seu primeiro livro infantil. ‘Somos Todos Iguais’ fala do racismo, solidariedade, respeito e amor ao próximo. “Esta obra vai fazer com que as crianças tenham uma visão mais crítica e possam pensar temas importantes”.
Elisabete Nascimento, de São João de Meriti, aposta em dois livros para lançar na Bienal: ‘Amor de Abikur’, uma coletânea de contos de amor, e ‘Abayomi, Minha Amiga Ima
ginária’, que traz o encontro ficcional da boneca Emília, de Monteiro Lobato, com a boneca africana Abayomi.
Também de São João de Meriti, Ricardo Rodrigues se prepara para lançar, amanhã, ‘O Fim do Mundo Já Passou’.
Andreia Marques, de Duque de Caxias, está emocionada porque, pela primeira vez, vai lançar uma de suas obras na Bienal. “A expectativa é grande, porque a Bienal é uma grande projeção para um autor. Estou ansiosa”. O livro ‘Bééé Daqui, Bééé Dali!’ é da editora Panóplia.
Representante de Belford Roxo, Raphael Mozer vai lançar os livros ‘Poemas Hot’, uma coletânea de poesias eróticas; e ‘Poemas de Outono’.
Adriano Alcântara, de Nilópolis, vai autografar e lançar o ‘Trampolim ao Estrelato’. O livro narra o início da carreira de Xuxa e Angélica na TV Manchete, na década de 1980. “Vai ser uma felicidade lançar esse livro e encontrar outros apaixonados por TV, além de fãs de Xuxa e Angélica”.
Mesquita tem ainda mais dois representantes: Pedro Ferreira e Adriana Igrejas. Veteranos da Bienal, os dois falam sobre seus lançamentos. “Trato de assuntos sérios de uma maneira leve, porque quero fazer meu leitor pensar em questões que muitas vezes ele desconhece ou não reflete sobre”, afirma Adriana, que escreveu o livro ‘O Anjo Vingador’, uma história que aborda, além de amor, o trabalho escravo no Pará.
“Gosto de falar de amor, mas também de questões atuais, como a violência, fenômenos naturais, a desigualdade social”, diz Pedro.
VISIBILIDADE LITERÁRIA
Para os autores, uma das grandes vantagens de participar de um evento como a Bienal é a visibilidade de seus trabalhos. “A Bienal é um grande celeiro de apresentações, é uma vitrine. A chance de tornar nosso trabalho conhecido”, acredita Pedro.
Para Elisabete, “é um espaço para incentivar o leitor, pois não adianta ser escritor e não ter quem leia. É uma oportunidade de incorporar nos jovens o hábito da leitura”.
O evento é uma vitrine ainda maior para a literatura da Baixada. “As cidades da Baixada sofrem com o descaso, violência e abandono das autoridades. Mas não temos só coisa ruim, temos muito talento dentro desses problemas. O movimento cultural vem crescendo na região, e ter autores daqui, na Bienal, nos dá esperança de que podemos fazer muita coisa boa partindo da leitura e de nossos livros”, destaca Raphael.
Ter autores daqui, na Bienal, dá esperança de que podemos fazer muita coisa boa com nossos livros”