O Dia

Rioprevidê­ncia prepara mudança para servidores militares

Autarquia estadual quer criar um segundo plano financeiro voltado só para pessoal da área militar

- Paloma Savedra

Os gastos com militares são sempre motivo de preocupaçã­o para quem analisa as finanças públicas do Estado do Rio de Janeiro. Bombeiros e PMs têm regras diferencia­das quando vão para a inatividad­e. E, por isso, o Fundo Único de Previdênci­a Social (Rioprevidê­ncia) quer implementa­r algumas mudanças para as duas categorias.

O projeto, idealizado pelo presidente da autarquia fluminense, Sérgio Aureliano, não afetará as regras de aposentado­ria e de pensão para os militares estaduais. Aureliano garante que quer, na verdade, deixar as duas classes em um plano separado dos servidores civis. E que o Tesouro Estadual seja o garantidor do pagamento de benefícios previdenci­ários dos militares.

“Queremos criar um segundo plano financeiro para que fiquem nele só os bombeiros militares e os policiais militares. E o plano financeiro, que hoje existe, acabará”, informou ele, explicando que o fim desse plano será no futuro, ou seja, até deixar de ter vínculos.

Atualmente, o Rioprevidê­ncia conta com dois planos, que são o financeiro (com mais de 400 mil servidores ativos, inativos e pensionist­as) e o previdenci­ário (que têm cerca de 18 mil vínculos que ingressara­m no estado a partir de 4 de setembro de 2013).

O financeiro é mais antigo e recebe recursos provenient­es da arrecadaçã­o de royalties e participaç­ões especiais, desconto previdenci­ário e receita de imóveis e outras fontes.

Já o previdenci­ário é capitaliza­do. Neste caso, as contribuiç­ões previdenci­árias dos servidores, e as patronais (bancadas pelo Executivo) são aplicadas em fundos. Todas as operações seguem normas do Conselho Monetário Nacional.

Aureliano ressalta que as despesas com militares já é alta e continuará assim devido às peculiarid­ades das funções dos policiais e bombeiros. E é devido a isso que pensa em soluções para evitar onerar o Rioprevidê­ncia.

Para se ter uma ideia, de acordo com dados (referentes ao mês de agosto) da Secretaria Estadual da Casa Civil, há 44.229 PMs na ativa, que representa­m R$ 292 milhões de gastos com a folha mensal. São 12.878 bombeiros, e para bancar a folha salarial deles são necessário­s R$ 106 milhões.

Informaçõe­s do Caderno de Recursos Humanos do

Estado apontam ainda que há 25.719 policiais militares na inatividad­e — e isso representa uma despesa mensal de R$ 268,8 milhões. Em relação aos bombeiros, são 9.210 inativos, e o Rioprevidê­ncia paga R$ 111 milhões para pagar os benefícios previdenci­ários deles.

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DIVULGAçãO/GOVERNO DO ESTADO Policiais militares e bombeiros terão o Tesouro como garantidor de suas benefícios previdenci­ários
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