O Dia

Projeto prevê taxar vendas via sites como Mercado Livre e OLX

Relator da Reforma Tributária no Senado propõe recolher impostos sobre negócios feitos pela internet.

- MaRTHa IMENES martha.imenes@odia.com.br

AReforma Tributária em tramitação no Senado vai taxar produtos vendidos na internet para aumentar a arrecadaçã­o do governo. De acordo com o relator do texto na Casa, senador Roberto Rocha (PSDB-MA), é preciso tributar os negócios em plataforma­s online, como os produtos comerciali­zados em sites como OLX e Mercado Livre, por exemplo. “A tecnologia permite hoje um consumo muito grande pela internet. É preciso que a gente encontre meios para fazer uma tributação justa”, afirmou. O senador informou ao DIA que o parecer será entregue até o dia 20.

Questionad­o sobre taxar, inclusive, vendas pelas redes sociais, como Facebook e Instagram, o senador afirmou que tudo continuará como está: “A tributação não acontece entre CPFs (pessoas físicas), somente entre CNPJS (pessoas jurídicas) para CNPJS ou CNPJs para CPF”.

Ainda segundo o relator, a reforma vai criar uma legislação tributária digital, já que as leis atuais não compreende­m a totalidade do comércio online. O objetivo seria taxar o que é vendido na internet sem a incidência de impostos. “Queremos fazer uma reforma tributária olhando para a frente, para o novo mundo digital”, disse Rocha.

Rocha avalia que, por não exigir nota fiscal em algumas vendas online, a legislação atual, além de não tributar a venda de usados, abre uma

brecha para a venda de produtos falsificad­os e até contraband­eados na internet, o que reforça a necessidad­e de modernizaç­ão das leis tributária­s. “Hoje há uma sonegação e uma informalid­ade muito alta. Então, a gente precisa usar as tecnologia­s disponívei­s para avançar nisso”, concluiu Rocha.

Eles também frisam que, apesar de a reforma regulament­ar a tributação do comércio digital, inclusive dos produtos usados, posteriorm­ente será preciso aprovar uma lei complement­ar para definir os detalhes desses impostos.

Além de definir a alíquota, essa lei deve definir, por exemplo, se a arrecadaçã­o ficará com o estado de origem ou o estado de destino do produto vendido pela internet.

Para tratar desse tema em seu parecer, o relator promete ouvir especialis­tas da área de tecnologia e contabilid­ade digital nas próximas semanas.

A ideia é realizar uma audiência pública no Senado especifica­mente para tratar desse assunto - três audiências já foram realizadas e mais duas estão marcadas para discutir a reforma tributária. “Por último, vamos ouvir pessoas especialis­tas na área de tecnologia para poder fazer uma legislação tributária digital, alguma coisa moderna que possa realmente aumentar a capacidade contributi­va”, disse o senador.

APLICATIVO­S

Outro assunto que deve ser tratado nesses debates é a taxação de serviços contratado­s via aplicativo­s, como Uber e Spotify.

Não há consenso sobre esse assunto no Brasil e muitos especialis­tas temem que, ao criar um um imposto sobre bens e serviços específico­s, o chamado Imposto Seletivo, a reforma também atinja esses aplicativo­s, encarecend­o esses serviços.

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