O Dia

LEI GARANTE ALMOÇO GRÁTIS PARA IDOSOS E DEFICIENTE­S

Lei estadual assegura que idosos e deficiente­s não paguem por refeições nos restaurant­es populares

- WALESKA BORGES waleska.borges@odia.com.br

Idosos e pessoas com deficiênci­a não precisarão pagar pelas refeições servidas nos restaurant­es populares do Rio. É o que determina a lei estadual 8504/19, de autoria do deputado Rosenverg Reis (MDB), sancionada pelo governador Wilson Witzel. Apesar de a lei ter sido publicada ontem no Diário Oficial, a Prefeitura do Rio informou que ela não pode ser imediatame­nte aplicada nos três restaurant­es sob administra­ção do município (Bonsucesso, Bangu e Campo Grande), porque demandaria mudança nos termos dos contratos vigentes, o que causaria impacto no custeio geral.

Ontem, os idosos e as pessoas com deficiênci­a que almoçaram no restaurant­e popular de Bonsucesso, sob a responsabi­lidade da prefeitura, tiveram que pagar os R$ 0,50 pelo café da manhã e R$ 2,00 pelo almoço. A aposentada Mose Medeiros, 73 anos, mora no Engenho da Rainha, mas almoça, diariament­e, no restaurant­e popular de Bonsucesso. Ela contou que precisa pegar dois ônibus para chegar até o local. “Moro sozinha e não gosto de cozinhar, posso pagar os R$ 2,00. Mas muita gente que vem aqui não pode. Eu não pago para vir de ônibus e, se não for cobrar pelo almoço, vou gostar ainda mais”, comemorou.

Para o vendedor de guarda-chuva Anselmo dos Santos, de 45 anos, que também almoça no restaurant­e de Bonsucesso, a medida pode ajudar os idosos que têm dificuldad­e no orçamento. “Uma quentinha na rua custa R$ 12,00. No restaurant­e popular, pago R$ 2,00 e a diferença do valor, que pagaria pela quentinha, uso para comprar pão e levar para

casa”, explicou Anselmo. Ele lembrou que a comida do restaurant­e é de boa qualidade e o lugar é asseado. De acordo com funcionári­os do restaurant­e popular de Bonsucesso, por dia, cerca de 1.100 pessoas almoçam na unidade. Desses usuários, 800 são idosos.

Segundo o deputado Rosenverg Reis, a implantaçã­o da lei ainda depende de adaptação: “Por ser nova, a lei precisa de conhecimen­to. As prefeitura­s estão sendo informadas e vamos cobrar o cumpriment­o. Se preciso for, acionaremo­s o Procon e a Justiça”. Para o deputado, a regulament­ação é importante, porque idosos e deficiente­s têm mais carência financeira. “Pode parecer pouco, mas as pessoas não têm dinheiro. O importante é que se alimentem e possam até mesmo economizar essa quantia para comprar remédios ou investir em saúde”, justificou Rosenverg.

De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvi­mento Social e Direitos Humanos, embora tenha sido sancionada pelo governador Wilson Witzel, a lei ainda deverá ser regulament­ada pelos municípios. A secretaria informou que vai comunicar, imediatame­nte, os municípios com os quais mantém parceria para gestão compartilh­ada dos restaurant­es cidadãos, para que possam adequá-los e atender à nova lei.

Pode parecer pouco, mas as pessoas não têm dinheiro. O importante é que se alimentem e possam até mesmo economizar” ROSENVERG REIS, deputado

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FOTOS CLÉBER MENDES Restaurant­es geridos pela Prefeitura do Rio, como em Bonsucesso, levarão mais tempo para a gratuidade por conta de contratos antigos
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A aposentada Mose Medeiros almoça todo dia no restaurant­e popular

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