O Dia

Corte de salário retorna à pauta em Brasília

Emenda do senador José Serra à Reforma da Previdênci­a prevê a medida e reacendeu discussão sobre o tema

- Paloma Savedra

Aredução de jornada e de salário de servidores em períodos de crise financeira ainda é pauta defendida por governador­es e integrante­s do governo de Jair Bolsonaro, mesmo após o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) ter formado maioria para declarar a medida inconstitu­cional. Uma emenda do senador José Serra (PSDB-SP) à Proposta de Emenda à Constituiç­ão (PEC) 6, da Reforma da Previdênci­a, prevê a medida e reacendeu o debate sobre o tema.

A sugestão de aditivo foi apresentad­a por Serra depois que o cenário no STF se desenhou desfavoráv­el à iniciativa. E como se sabe, o Senado tenta aprovar o texto da reforma do mesmo jeito que chegou da Câmara, dando agilidade à tramitação. Amanhã, inclusive, a Comissão de Constituiç­ão e Justiça começará

a analisar as emendas à PEC 6. Mas, ainda assim, nada impede de a medida ser integrada ao texto.

Fato é que a pauta ainda está no centro das discussões. O próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já fizeram a sua defesa. Guedes endossou a PEC 423 (sobre a Regra de Ouro), do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ), que prevê mecanismos para enxugament­o de despesas, entre eles, a diminuição da jornada e vencimento­s.

O democrata defende que essa é uma saída para “preservar empregos”. Ou seja, para garantir a estabilida­de do servidor, tendo em vista que a Constituiç­ão prevê a possibilid­ade de demissão de funcionári­o estável, mas apenas quando há estouro de gastos com pessoal. E a emenda de José Serra também cita isso.

No entanto, o dispositiv­o constituci­onal autoriza o desligamen­to de funcionári­o público como última alternativ­a. A Constituiç­ão diz que, quando o ente ultrapassa o limite de despesas previsto na Lei de Responsabi­lidade Fiscal, deve adotar uma série de medidas, começando por corte de comissiona­dos e de quem está em estágio probatório. Se nada disso ajudar, é possível ocorrer demissão. Mas esse dispositiv­o nunca foi usado por nenhum ente até hoje.

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TOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL Presidente da Câmara defende reforma no serviço público
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