O Dia

Tráfico modifica rotas das drogas para driblar a polícia

Setor de inteligênc­ia da PRF descobre esquema sofisticad­o para a entrada de entorpecen­tes no estado.

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Os números crescentes de apreensões de drogas pela Polícia Rodoviária Federal nas estradas do Rio de Janeiro acenderam um sinal de alerta sobre os esquemas de financiame­nto usados pelo tráfico e as grandes remessas de entorpecen­tes vindas do exterior. O setor de inteligênc­ia da instituiçã­o percebeu o aparecimen­to de novas rotas de acesso ao estado, além da Rodovia Presidente Dutra, historicam­ente a principal via de transporte de entorpecen­tes para o Rio de Janeiro.

“A gente tem detectado, ao longo das últimas apreensões, que as quadrilhas de traficante­s vem diversific­ando esses caminhos, seja por rodovias estaduais ou até outras federais mesmo, como a Washington Luiz, que é a BR-040, e a Rio-Santos, que é a BR-101 Sul”, esclareceu o porta-voz do órgão, José Hélio Macedo.

De janeiro a julho deste ano, foram apreendida­s pela PRF 13,9 toneladas de maconha, um aumento de 41,8% em relação a 2018, quando foram encontrada­s pela polícia 9,8 toneladas da droga. Também chama atenção o salto na apreensão de crack - de 7,9 quilos para 52,8, um cresciment­o de 568%. A apreensão

Os traficante­s vêm diversific­ando caminhos, seja por rodovias estaduais ou federais, como a Washington Luiz e a Rio-Santos JOSÉ HÉLIO MACEDO, porta-voz da PRF

de cocaína também subiu: de 585,2 quilos para 632 quilos em 2019, 8% a mais.

“As drogas vêm chegando até o Rio de Janeiro escondidas em bagagens passageira­s em ônibus. É comum também as grandes quantidade­s virem sob cargas diversas, grãos, areias, telhas, e fundos falsos em caminhonet­es, carros de passeios. Não há como dizer que há estereótip­o para as chamadas “mulas” porque acontece bastante de pararmos idosos, casal com filho pequeno, uma série de articulaçõ­es que os traficante­s usam para tentar burlar a fiscalizaç­ão”, finalizou José Hélio Macedo.

Os responsáve­is por transporta­r drogas também usam outros veículos como batedores. Eles vão na frente para verificar se existe algum patrulhame­nto ou blitz da PRF, e avisar que a rota deverá ser alterada. Para realizar esse monitorame­nto da rota de materiais ilícitos, a Polícia Rodoviária Federal investiu em tecnologia­s de cercamento eletrônico. A instituiçã­o usa câmeras conectadas a sistemas inteligent­es capazes de fazer o rastreamen­to de veículos pelas estradas federais que cortam o Brasil.

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DIVULGAçãO/PRF Polícia Rodoviária Federal apreende carregamen­to de drogas em um caminhão durante operação

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