Amor de verdade à criança, mas sem apego
> Um requisito para ser uma família acolhedora é não querer adotar as crianças. A adoção é impossível, já que o cadastro nacional obedece a uma fila. Os participantes são orientados a não se referirem como ‘mamãe’ ou ‘papai’, devem ter 18 anos ou mais e podem ser solteiros ou casais, incluindo homoafetivos. A renda não é fator para a seleção, já que o município subsidia os custos com a criança. Assistentes sociais, psicólogos e educadores acompanham a rotina nas residências. “O programa tem o objetivo de que essas crianças não sejam colocadas em instituições de acolhimento. Elas ficam em um ambiente de casa e têm todo um acompanhamento pela nossa equipe”, explica a secretária de Desenvolvimento Social de São Gonçalo, Marta Maria Figueiredo.
O momento da despedida é sempre dolorido, mas muitas famílias mantêm contato com os acolhidos ao longo da vida. “Temos a consciência que a criança não é nossa. Nossa parte é recebê-la, dar amor e carinho”, destaca o motorista Marcos Justino.
Para ser uma família acolhedora em São Gonçalo, interessados devem comparecer à Rua Doutor Porciúncula, 395, Venda da Cruz, e fazer o pré-cadastro. Uma equipe fará avaliação na residência e haverá capacitação. Municípios como Niterói, Nova Iguaçu, Queimados e Petrópolis também realizam o projeto.
Vale citar que abandonar uma criança, colocando-a sob risco, configura crime de abandono material, previsto no artigo 244 do Código Penal. A pena varia de 1 a 4 anos de prisão. O melhor a fazer é procurar o Juizado da Vara da Infância e da Juventude para obter informações sobre o procedimento de disponibilizar a criança para adoção. Este último procedimento não configura crime nem irregularidade.