O Dia

MINISTRO DA ECONOMIA INSISTE EM CRIAR NOVO IMPOSTO

Ministro defende criação de imposto que deve arrecadar R$ 150 bilhões por mês

- MARTHA IMENES martha.imenes@odia.com.br

Aproposta de Reforma Tributária do governo Bolsonaro sequer foi apresentad­a e o nome do imposto embutido na proposta, similar à velha e conhecida CPMF, já mudou três vezes: Contribuiç­ão sobre Pagamentos (CP), Contribuiç­ão Social sobre Transações e Pagamentos (CSTP), e agora Imposto sobre Transações Financeira­s (ITF). A informação é do próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, “pai da criança”. Diferentem­ente da CPMF, que cobrava 0,38% sobre transações financeira­s, o novo imposto deve ficar entre de 0,2% a 1% e incidirá sobre todos os pagamentos e recebiment­os, além de ter efeito cumulativo. Mesmo com nomes diferentes, a função é uma só: obter recursos. Guedes estima que haverá injeção de R$ 150 bilhões por ano nos cofres públicos.

Segundo o ministro, com alíquota de 0,2% seria possível reduzir a tributação da folha de pagamento dos atuais 20% para 13%. Com alíquota de 0,4%, ele prevê o fim da Contribuiç­ão Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), um dos tributos que sustenta a Previdênci­a Social.

Em entrevista ao “Valor Econômico”, o ministro voltou a afirmar que a reforma desejada pelo Palácio do Planalto tem três pilares: impostos indiretos (IPI, PIS, ICMS

e Cofins), Imposto de Renda e contribuiç­ões das empresas sobre a folha de pagamento. É neste último tópico que entra o plano de criar imposto semelhante à antiga CPMF, rebatizada como ITF.

O novo tributo transferir­ia para toda a sociedade uma cobrança hoje paga pelas empresas. “O ITF é feio, mas arrecadou bem, e por isso durou 13 anos”, afirmou Guedes, fazendo alusão à extinta CPMF.

IMPOSTO DE RENDA

Guedes confirmou que pretende diminuir a alíquota máxima de 27% para 25% e eliminar as deduções. O ministro não falou, entretanto, em corrigir a tabela. Conforme O DIA mostrou no início do ano, o percentual de defasagem média acumulada da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) chega a 95,46%. Essa falta de ajuste faz com que mais contribuin­tes sejam taxados quando não deveriam sequer pagar ao Fisco.

Pesquisa do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) mostra que a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 1.903,98, se corrigida, deveria subir a R$ 3.689,94. Ou seja, somente quem recebesse acima deste valor pagaria IR.

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FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGêNCIA BRASIL Paulo Guedes diz que vai rever o IR e reafirma fim de deduções

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