O Dia

Oprimeiro pedaçoédel­e

- RICARDO SCHOTT ricardo.schott@odia.com.br

Em ‘A Dona do Pedaço’, após a tristeza da morte da mulher Gilda (Heloisa Jorge), Amadeu (Marcos Palmeira) voltou com tudo para reconquist­ar Maria da Paz (Juliana Paes), por quem sempre foi apaixonado. Só que ele tem um rival de peso: ninguém menos que Régis (Reynaldo Giannechin­i), ex -marido da boleira, que decidiu se regenerar (após passar a perna inúmeras vezes na amada) e também reconquist­á-la.

Marcos confia no que o autor Walcyr Carrasco decidir. “Vamos respeitar o que ele vai trazer, e para onde ele atirar, a gente vai junto. Vou fazendo da melhor maneira possível”, afirma o ator. Mas o intérprete de Amadeu torce pela volta do casal, separado desde a briga entre a família dele e a dela, durante o casamento dos dois (que acabou não acontecend­o).

“O Amadeu é totalmente apaixonado pela Maria da Paz desde o começo. Prefiro acreditar na força dos dois juntos, mas a mudança do Régis tem um peso”, conta o ator. “O Régis virou um santo de tão bonzinho. Quer enganar quem, rapaz?”, brinca.

FILHA DE VERDADE?

Amadeu ficou irado ao descobrir o verdadeiro caráter da filha Josiane (Agatha Moreira), quando soube de seu caso com Régis, marido de Maria da Paz. Por isso mesmo, Marcos prefere apostar na possibilid­ade de a bondosa Joana (Bruna Hamú) ser mesmo filha do casal. “Mas, pra saber, só mesmo entrando na cabeça daquele maluco do Walcyr Carrasco… Vai ter tanta ideia assim, cada semana uma coisa diferente, sempre ganchos incríveis. Não para de acontecer coisas novas. Isso é novela, né? Estamos fazendo uma boa novela”, alegra-se.

AMORA

Em ‘A Dona do Pedaço’, Marcos Palmeira volta a trabalhar com a ex-mulher, Amora Mautner, diretora da trama. É a primeira vez que o ex-casal trabalha junto após a separação.

“Já tinha sido dirigido por ela algumas vezes. Esse trabalho reflete naturalmen­te na nossa filha, Júlia, porque ela fica feliz de ver os pais trabalhand­o juntos, de ver a gente mais próximo. Amora é uma profission­al criativa e competente, fico seguro trabalhand­o com ela e agradeço por ela ter me feito o convite”, conta.

Com 56 anos e aparentand­o bem menos, Marcos Palmeira engordou dez quilos para fazer o segurança Augustão na série ‘O Canto da Sereia’. Manteve o peso para fazer o bicheiro Boca de Ouro no filme de mesmo nome, baseado na obra de Nelson Rodrigues e dirigido por Daniel Filho. E também para personagen­s nos filmes ‘Cidade do Medo’, de Caio Cobra, e ‘O Barulho do Medo’, de Eva Pereira. Recentemen­te, deu uma emagrecida e voltou à forma. “Ter um corpo um pouco maior me ajudou nesses personagen­s”, conta. “Acho que uma bênção que a maturidade me trouxe foi o tempo. Ele sempre ajuda. A melhor opção da vida é envelhecer. Se a gente puder amadurecer tendo um corpo saudável e que se movimenta, se alonga, isso é importante”.

FAZENDA

Defensor da alimentaçã­o orgânica e dono da empresa Vale das Palmeiras, Marcos Palmeira divide sua vida entre duas carreiras, a de ator e a de produtor orgânico. “Tenho mais tempo do que imaginei e menos tempo do que gostaria. A novela toma um pouco mais de tempo, mas volta e meia fujo para a fazenda”, conta ele, insatisfei­to com o projeto ecológico do presidente Jair Bolsonaro. “A diferença é que a cortina de fumaça acabou e o inimigo já está estabeleci­do. Precisamos de um outro olhar para a questão da Amazônia. Temos um ministro do Meio Ambiente que não sabe quem foi Chico Mendes, e isso é bem simbólico”.

PEÃO

Ano que vem, comemoram-se 30 anos da novela ‘Pantanal’, marco televisivo escrito por Benedito Ruy Barbosa e levado ao ar pela Rede Manchete em 1990. E na qual Palmeira atuou, fazendo o peão Tadeu. Até hoje o ator tem as melhores lembranças da trama. E recorda que, no começo, causou certa desconfian­ça no diretor Jayme Monjardim. “Ele falava: ‘Pô, como é que você, com esse sotaque carioca, vai conseguir fazer esse personagem?’. E depois recebi os maiores elogios. Tinha gente perguntand­o: ‘Quem é esse peão que interpreta tão bem?’”, brinca. “Sempre reencontro pessoas queridas dessa época: Angelo Antonio, Paulo Gorgulho. E valeria a pena mostrar mais esse lado tão rico do Brasil”, afirma.

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MIGUEL JÚNIOR GLOBO/JOÃO GLOBO/PAULOBELOT­E CESAR ALVES/TV GLOBO
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