O PODER PÚBLICO TEM QUE CUIDAR MELHOR DA SAÚDE MENTAL DA POPULAÇÃO
Dois casos — eo mesmo problema — que chegaram até a nossa coluna levantam um problema gigante: que tipo de suporte pessoas com problemas psicológicos e psiquiátricos vêm recebendo do nosso poder público? No primeiro, o desespero de um avô para dar um pouco de qualidade de vida ao neto de 10 anos, diagnosticado com transtornos globais de desenvolvimento. Ilson Conceição dos Santos, 69 anos, mora na comunidade do Batan, em Realengo, com a esposa e o menino Rafael, que aguarda há quase dois anos no SISREG para a habilitação intelectual pediátrica. Isso tudo sem um medicamento. “O meu neto agride os amigos na escola e até os professores. Ele precisa de alguma medicação para que se acalme. Eu não vou abandonar meu menino, nem quero tirar ele da escola”, relata seu Ilson, com lágrimas nos olhos. Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde afirma que Rafael é atendido semanalmente no CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil) Pequeno Hans, em Sulacap, e que nos próximos dias uma equipe de Saúde da Família fará uma reavaliação de possíveis ajustes na medicação. Na segunda situação, caso ainda pior. Cerca de 100 pacientes e funcionários do Instituto de Psiquatria da UFRJ (IPUB), na Praia Vermelha, sem saber para onde vão. Tudo porque o prédio, que faz parte
do Canecão, foi oferecido para a iniciativa privada. Sexta-feira, a partir das 13h, terá passeata para tentar impedir a ação. Todos apavorados... “É um ambiente muito familiar, que não pode fechar assim”, diz dona Zeila Maria de Castro, que tem neta e sobrinha em tratamento no Instituto. Botem a mão na consciência, muita gente está sendo prejudicada por causa de todo esse abandono. Essas pessoas precisam de amor e atenção, alguém que olhe por elas. Para o descaso dos poderosos, eu espero que todos estejam com a saúde mental em dia e que nunca precisem passar por isso, mas eles não usam mesmo a saúde pública, né?! 3,2,1... É DEDO NA CARA!