Riotur curte ideia do Carnaval de graça
Riotur vê com bons olhos ideia da Lierj e se reunirá com a liga para tratar da medida
Proposta da Lierj de abrir os portões do Sambódromo nos desfiles da Série A também cai nas graças da elite do samba.
Um dia depois de a Liga das Escolas de Samba do Rio (Lierj) anunciar a pretensão de abrir os portões da Sapucaí para o público nas duas noites de desfiles da Série A, em 2020, a Riotur assegurou que se reunirá com a Liga nos próximos dias para analisar a medida e que busca o aperfeiçoamento do Carnaval. O objetivo da Lierj é reverter a perda da subvenção municipal.
“Nós sempre veremos com bons olhos o que for melhor para o Carnaval. Respeitamos os interesses das Ligas e vamos nos reunir em prol de resultados proveitosos para a maior festa da nossa cidade”, afirmou Marcelo Alves, presidente da Riotur. A novidade repercutiu entre grandes figuras da folia.
O atual campeão, pela Mangueira, Leandro Vieira, também carnavalesco da Imperatriz Leopoldinense, que desfilará na Série A ano que vem,
apoiou a entrada franca, mas se disse receoso com a postura do prefeito Marcelo Crivella: “A ideia de abrir os portões é maravilhosa. Mas não acredito na boa vontade do prefeito com nossa festa. Ano que vem tem eleição, e ele pode usar isso para se favorecer”.
Baluarte da Portela, Tia Surica também desaprovou a retirada dos recursos da folia por Crivella, anunciada há duas semanas e justificada pela presença de bilheteria no evento. “Só ele tem essa picuinha com o Carnaval. Mas vamos vencer, ele é uma passagem, o samba continua”, afirmou. A proposta da Lierj, por sua vez, foi elogiada por ela. “Quero ver é a Avenida lotada. E se me convidarem, estarei lá desfilando na Série A”.
Para Neguinho da BeijaFlor, a abertura do Sambódromo reaproximaria o povo do Carnaval. “Atrai o público e anima o carioca. Se o prefeito ceder verba considerável, não há necessidade de cobrar ingresso”, disse. Com mais de 50 anos de experiência, o diretor de Carnaval Laíla, da Ilha, preferiu destacar que a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio (Liesa) é que precisa avaliar a medida. “Não sei se é o caminho. O samba precisa se unir agora, porque o prefeito quer massacrar a nós, nosso povo, nossa cultura. O que o Crivella está fazendo é uma covardia, o Carnaval dá muito lucro ao município”.
No documento entregue à prefeitura, a Lierj ressaltou que a proposta daria acesso de todas as classes ao Carnaval. “Feito nunca antes realizado por nenhuma gestão”, alegou.