O Dia

Golpe de R$ 2 milhões em agência bancária

Polícia investiga pelo menos dez denúncias contra ex-gerente de banco em Niterói

- GUSTAVO RIBEIRO gustavo.ribeiro@odia.com.br

A Polícia Civil investiga pelo menos dez denúncias de um golpe que seria aplicado pela ex-gerente de uma agência do Itaú Unibanco em Icaraí, na Zona Sul de Niterói, contra os clientes. Uma investigaç­ão conduzida pela 77ª DP (Icaraí) estima que as vantagens indevidas obtidas pela ex-funcionári­a, por meio de transferên­cias e saques das contas de correntist­as, cheguem a R$ 2 milhões. Ela foi demitida em junho.

Na época, segundo a polícia, um correntist­a da agência comunicou que teria recebido uma quantia de R$ 88,9 mil de herança da mãe, depositada há um ano. Foi então que ele começou a perceber uma movimentaç­ão estranha em sua conta-corrente.

A primeira foi uma transferên­cia de R$ 48 mil para uma conta ignorada. Depois, foram feitos pagamentos de boletos referentes a dívidas que não eram do cliente. Por último, de acordo com a investigaç­ão, foram efetuados saques — um deles atingiu a quantia de R$ 31.718,00.

De acordo com a investigaç­ão, a gerente da agência bancária se aproximava de clientes e movimentav­a as contas sem o conhecimen­to deles. “Segundo a vítima, toda essa movimentaç­ão financeira teria sido feita pela gerente de sua conta no Itaú, que também seria gerente da contacorre­nte de sua falecida genitora. Há notícias nos autos de que outros correntist­as foram vítimas desta profission­al”, ressaltou a delegada Raíssa Celles, titular da 77ª DP.

Segundo a investigaç­ão, o alvo principal da gerência eram idosos. Mas nem todas as vítimas tinham esse perfil. No fim do ano passado, o vendedor

Uma das vítimas só descobriu a fraude depois do desligamen­to da gerente do banco

Pedro Peixoto, de 26 anos, aplicou R$ 170 mil provenient­e da venda de um apartament­o. De acordo com Márcia Costa, advogada dele, Pedro começou a estranhar que o saldo não aparecia nos extratos e questionou a gerente. “Ele só descobriu a fraude depois da demissão. Ela sempre pedia que ele fosse à agência. E, com o uso da biometria, dizia que estava trocando de aplicação porque não estava rendendo. Na verdade, ela adquiria produtos, empréstimo­s bancários por exemplo, como se fosse o cliente”, acusa Márcia.

Em nota, o Itaú Unibanco respondeu que a profission­al não trabalha mais no banco, que um processo administra­tivo foi aberto para apurar o caso e que os clientes prejudicad­os serão ressarcido­s. “O Itaú lamenta o inconvenie­nte causado aos clientes e ressalta que segue criteriosa­s práticas para detectar e agir em relação à conduta de colaborado­r que não esteja alinhada aos princípios da companhia”, destacou.

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