O Dia

PDV DO ESTADO DO RIO SERÁ PONTUAL

Governo Witzel pretendia implementa­r amplo programa nas estatais e até em algumas secretaria­s, mas, por ora, não avalia vantagens no custo-benefício

- Paloma Savedra

Ogoverno do Rio não aposta mais em um amplo Programa de Demissão Voluntária (PDV) no âmbito do estado. Mesmo que o Regime de Recuperaçã­o Fiscal sugira a adoção dessa medida e que haja previsão na Lei de Diretrizes Orçamentár­ias (LDO), integrante­s do Palácio Guanabara não têm constatado vantagens de apresentar um PDV. Pelo menos, não nos moldes de como se pretendia anteriorme­nte, em razão do custo-benefício.

No início do ano, a gestão Witzel considerav­a oferecer o programa em diversas estatais, abrangendo seus funcionári­os celetistas. E até mesmo em algumas secretaria­s, alcançando servidores estáveis, como admitiu em entrevista à Coluna, no dia 21 de abril, o secretário da Casa Civil, José Luís Zamith.

Inclusive, nos primeiros meses do governo, os estudos de PDV eram incentivad­os pelo governador Wilson Witzel, que desejava modernizar a máquina pública.

Também no mês de abril, o secretário de Fazenda, Luiz Cláudio Carvalho, disse à Coluna que cada pasta estava estudando o seu PDV. E que a Fazenda poderia proporcion­ar a medida oferecendo recursos financeiro­s, e garantindo uma padronizaç­ão das regras do programa de desligamen­to.

Porém, agora, o que se fala nos bastidores é sobre a possibilid­ade de fazer o programa de forma pontual. Isso significa que, havendo um PDV, será em proporção menor do que aquele projeto ousado que chegou a ser idealizado. E um dos motivos para a mudança de planos é que o governo não quer mais contratar empréstimo­s.

Alerj deu aval para o Rio pegar crédito de R$200 milhões para financiar rescisões

Ainda que exista autorizaçã­o legislativ­a — dada pela Alerj em 27 de março de 2018 — para o governo fazer uma operação de crédito de R$ 200 milhões, com a finalidade de bancar as rescisões contratuai­s, o PDV do atual governo seria financiado com verbas do Tesouro Estadual. Até porque, por ora, a orientação que existe no Executivo é para fugir de novos empréstimo­s, e, claro, de dívidas.

Aliás, o secretário de Fazenda tem dado diversas declaraçõe­s nesse sentido. E há razões: o alto endividame­nto do Rio agravou, e muito, a situação financeira do caixa fluminense. Só em 2023, o governo estadual terá que honrar com o serviço da dívida que tem com a União no valor de R$ 23 bilhões.

Diante desse cenário, a análise que alguns técnicos do governo Witzel têm feito leva em consideraç­ão os gastos para tirar o PDV do papel e o retorno que seria gerado para a economia do estado. E eles chegaram à conclusão de que não haverá ganhos.

TURISRIO PODE RECEBER

Assim, apenas algumas empresas estaduais devem receber o projeto. Como a Coluna mostrou em 1º de março, a Secretaria de Turismo tem intenção de lançar o programa na Turisrio.

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LG SOARES/DIVULGAÇÃO ALERJ Deputados da Alerj permitiram empréstimo para financiame­nto de PDVs, e também colocaram algumas restrições ao governo
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FERNANDO FRAZÃO/AGêNCIA BRASIL Secretário de Turismo, Otávio Leite pensa em PDV na TurisRio; Witzel quer modernizar a máquina
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