Pronta para o festival

Laura Vicente conta como se prepara para sua terceira cobertura do Rock in Rio e diz que ainda sente um friozinho na barriga

Música, arte, cultura e moda são elementos que movem Laura Vicente. Com humor afiado e jogo de cintura, a apresentadora está pronta para a terceira cobertura do Rock in Rio pelo Multishow. Aos 30 anos, ela conta que o desafio de ficar muitas horas ao vivo e entrevistar cantores tão ilustres dos cenários nacional e internacional exige uma preparação cuidadosa.

“Sempre fazemos um workshop superintensivo. Afinal de contas, são sete dias de shows e muitas atrações diferentes. É um baita trabalho. Mesmo sendo meu terceiro Rock in Rio, dá um frio na barriga, é muito gostoso. Querendo ou não, estamos levando esse festival gigante, que acontece no Brasil, pra quem não pode estar lá. É uma responsabilidade, mas ao mesmo tempo é muito bom fazer parte desse rolê todo”, diz a paulista, chamada carinhosamente de Laurão pelos amigos.

A maneira que a apresentadora encontrou para lidar com a pressão e estar segura durante uma transmissão é dominar o assunto e esquecer “que está todo mundo assistindo, que são muitos artistas, que é pra não surtar junto”.

“No começo, eu sofria muito mais com isso. Passava mal, não dormia direito, não conseguia comer. Tinha uns calafrios, uma vontade de fazer xixi na hora de entrar ao vivo. Com o tempo, isso foi diminuindo e se tornando uma coisa mais natural. Tento me aproximar ao máximo de quem está assistindo. É como se a minha voz fosse a voz dessas pessoas. Tento me preparar, é o que podemos fazer para as coisas não darem errado”, diz Laura, que é formada em moda e teatro.

MOMENTOS MARCANTES

Além de transmissões ao vivo de shows e festivais, a apresentadora comanda o programa ‘Bastidores’. De cobertura em cobertura, Laura colecionou momentos inesquecíveis. “O último Rock in Rio foi muito especial. Foi uma sucessão de diversas coisas. Teve o show do Almério com Johnny Hooker e Liniker, que foi muito político, emocionante e sensível. Me acabava de chorar e precisava voltar pra entrar ao vivo, mas falei: ‘Galera, vamos assim mesmo’. Porque é isso, faz parte de estar ali. Depois, teve o show do Nile Rodgers que a gente subiu no palco e a minha produtora ficava: ‘Laura, você precisa voltar pra sua posição’. E eu dizia: ‘Nãooo... quero dançar’. Foi muito legal”, recorda. “Estamos lá trabalhando, são sete dias, é supercansativo, mas precisamos aproveitar”.

Em 2015, durante sua primeira cobertura de RiR, a apresentadora foi surpreendida pelo cantor da banda Ministry, Al Jourgensen. Os dois conversavam sobre as expectativas para a apresentação quando o roqueiro resolveu dar vários beijos no rosto de Laura que, apesar de ficar sem graça, levou na esportiva.

A paulista disse que já conhecia a fama do músico e que, se esse episódio acontecesse hoje, o desfecho seria diferente: “Nossa, foi um caos... Fiquei muito constrangida, mas não passou pela cabeça esse lance de assédio. Porque esse cara é bem louco. Mas se isso acontecesse hoje, tenho certeza de que teria um impacto bem diferente. Cheguei num ponto na minha vida que eu falo as coisas, mas na hora foi tão aleatório”.

No VillaMix de 2018, Laura passou por mais um momento inusitado e, desta vez, doloroso. “O Luan Santana pisou no meu pé, minha unha caiu depois e levou um ano pra crescer de novo. Ao vivo é essa maravilha, essa aventura”, diverte-se.

GRANDES AMIGOS

Laura pode se gabar de ter feito várias amizades em seis anos no canal. A apresentadora chega a se emocionar ao falar dos amigos que conquistou: “Além de ser um trabalho incrível, consigo conhecer várias pessoas, entrevistar artistas que admiro, falar sobre coisas de que gosto. E ainda encontrei o China, que acabou se tornando um dos meus melhores amigos. Também tem a Titi, a gente é muito farinha do mesmo saco. Nos encontramos na forma que fazemos nosso trabalho. No ano em que entrei, ela foi minha referência. Ela é maravilhosa”.

DAS TELINHAS PARA AS TELONAS

Dona de umas das legendas de fotos mais engraçadas da web, Laura usa e abusa do bom humor na hora de entrar em ação. Ela aproveita esta característica para fazer um apelo e realizar um sonho.

“Quero fazer longas, curtas. Enfim, tentar algumas outras coisas na dramaturgia. Já fiz bastante peça de teatro, mas nunca participei de filmes, tenho muita vontade. Se alguém quiser aí, me chama que eu vou”, avisa Laura, marcante como um solo de guitarra.