O Dia

Polícia abre inquérito para apurar mortes no Alemão

Circunstân­cias das mortes serão investigad­as pela Delegacia de Homicídios da Capital. Ontem, operações da PM causaram revolta

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A Polícia Civil vai investigar a morte do mototaxist­a Wesllen Santos, de 18 anos, e de outras quatro pessoas ainda não identifica­das, no Complexo do Alemão, na Zona Norte, na quarta-feira. Um inquérito foi aberto na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) para apurar as circunstân­cias das mortes. Diligência­s também estão sendo realizadas pela especializ­ada.

Na quarta-feira, cinco pessoas morreram e outras três foram presas durante uma operação para coibir o tráfico de drogas e realizar a retirada de bases da UPP no Complexo do Alemão. A ação foi feita pela Coordenado­ria de Polícia Pacificado­ra (CPP) com o apoio de agentes dos batalhões de Ações com Cães (BAC), de Polícia de Choque (BPChq) e de Operações Policiais Especiais (Bope), além do Grupamento Aeromóvel (GAM). Um policial militar do Grupo de Intervençã­o Tática da Unidade de Polícia Pacificado­ra foi baleado no peito e socorrido para o Hospital Getúlio Vargas, onde passou por uma cirurgia.

MORRO DOS PRAZERES

Ontem, uma operação deixou dois homens mortos, no Morro dos Prazeres, na Região Central. A ação reuniu equipes do Bope e do Batalhão de Ações com Cães (BAC). De acordo com a Polícia Militar, ambos foram socorridos para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro, mas não resistiram. Com eles, os militares apreendera­m duas pistolas e dois rádios transmisso­res.

No Complexo do Chapadão, na Zona Norte, por causa de uma operação policial, que se estendeu pelos bairros de Costa Barros, Pavuna, Anchieta, Guadalupe e Ricardo de Albuquerqu­e, moradores atearam fogo a um ônibus e objetos na entrada da comunidade Gogó da Ema, em Guadalupe. A Estrada de Camboatá ficou interditad­a por cerca de 30 mi

Em represália à ação da PM no Complexo do Chapadão, moradores botaram fogo em ônibus

nutos, por volta das 16h. De acordo com a Polícia Militar, durante incursões no Complexo do Chapadão, criminosos atacaram os policiais na área de mata e houve confronto. Cinco suspeitos de tráfico foram presos, além de um fuzil e farta quantidade de drogas foi apreendida. Conforme a PM, a ação era para reprimir o crime organizado na região.

RELATOS DE ABUSOS

Segundo denúncias de moradores, inocentes ficaram feridos na ação e policiais militares teriam tentado executar pelo menos três j ovens j á presos em uma casa, mas foram impedidos por populares. Vídeos enviado ao WhatsApp do DIA (98762- 8248) mostraram o momento em que PMs saíam do imóvel com os suspeitos presos. Questionad­a sobre as informaçõe­s dos moradores, a Polícia Militar disse apenas que os vídeos mostram a prisão dos suspeitos.

Ainda segundo denúncias, traficante­s da região mandaram fechar o comércio da Avenida Marcos de Macedo, a principal de Guadalupe. De acordo com os relatos, eles teriam passado de carro e moto ameaçando moradores em represália às mortes de bandidos na operação. O aplicativo ‘Onde Tem Tiroteio’ (OTT) registrou disparos no Gogó da Ema, em Guadalupe, e nas proximidad­es. Nas redes sociais, vídeos mostraram os objetos incendiado­s em uma das vias da comunidade.

Também na manhã de ontem, equipes do 3º BPM (Méier) realizaram o segundo dia de operações na comunidade Juramentin­ho, na Zona Norte. De acordo com a plataforma ‘Fogo Cruzado’, ontem foram registrado­s 17 confrontos no Rio, desses sete tiveram a presença de agentes de segurança.

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REGINALDO PIMENTA Policiais retiraram cabines da UPP, durante uma operação no Complexo do Alemão, na quarta-feira

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