Líder do governo na mira da PF
Senador Fernando Bezerra é suspeito de receber até R$ 5,5 milhões de propina
Alvo de uma operação da Polícia Federal, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB -PE) disse ter colocado o seu posto de líder do governo à disposição do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a investigação, ele é suspeito de integrar um esquema de recebimento de até R$ 5,5 milhões de propina paga por empreiteiras quando era ministro da Integração Nacional no governo Dilma Rousseff. Após a operação, ele disse ter conversado por telefone com Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). O Palácio do Planalto não se posicionou.
Acordos de colaboração premiada de três empresários implicaram o senador e seu filho, o deputado federal Fernando Filho, alvos de mandados de busca e apreensão em Brasília, Recife e Petrolina (PE), cidade natal da família.
Segundo a Polícia Federal, há elementos de prova que indicam o recebimento dos valores, pagos entre 2012 e 2014, em razão das funções públicas exercidas pelos parlamentares. “Há diversos indícios da prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, afirmou Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e autor da decisão que autorizou a operação.
O advogado André Callegari, que defende Fernando Bezerra e Fernando Coelho Filho, divulgou nota criticando a operação. “A única justificativa do pedido seria em razão da atuação política e combativa do senador”.