DOS LIVROS ÀS MESAS DOS RESTAURANTES
Alinhado com exposição, evento traz 51 opções de pratos nos polos gastronômicos da cidade
Oque ‘ Tieta do Agreste’, romance do escritor baiano Jorge Amado, tem a ver com o prato de cabrito, arroz com brócolis e batatas coradas do restaurante Nova Capela, na Lapa? Ou então como é que Capitu, com os olhos de cigana, se relaciona com o espetinho de carne de sol com queijo coalho do Mangue Seco, no Centro do Rio? Títulos clássicos e personagens da literatura brasileira e mundial, além de filmes, dão nomes a refeições de 51 restaurantes da cidade durante o Festival Sabores da Literatura.
Idealizado pelo Sesc-RJ e Sebrae-RJ, o festival reúne os chamados Polos Gastronômicos, grupos de estabelecimentos de uma determinada área do Rio. Até 30 de novembro, os polos de Copacabana, Rio Antigo e Santa Teresa, Tijuca, além do Delly Gil, no Leblon, fazem a festa com comida e livros.
A criatividade no cardápio é marca do festival, que tem sido prestigiado por diversos chefs de cozinha. Sildo Frutuoso, do LF Café & Bistrô, em Copacabana, acredita que gastronomia e literatura estão bem próximas, “já que ambas alimentam o ser humano”. Ele assina ‘A Dama & o Vagabundo’, um prato de espaguete ao molho pomodoro com camarões, lula e mexilhão.
Bem perto do LF, cerca de três minutos a pé, fica o Biscuit Doces e Salgados, comandado por Maria do Carmo Ferreira. Ela encontra um ponto de interseção entre comida e livros com ‘ A Princesinha’, uma torta mousse de chocolate com suspiro de chocolate e castanhas. A chef explica que o nome da criação é em homenagem a Copacabana, eternizada como ‘ Princesinha do Mar’ na letra de Tom Jobim.
“Gastronomia e literatura são grandes prazeres da vida. Da mesma maneira que devoramos um livro bom, devoramos uma comida saborosa. Os d o i s juntos são muito bons. É u ma honra e alegria participar desse festival”, comemora Maria do Carmo.
O festival ocorre simultaneamente à exposição gratuita ‘A Biblioteca à Noite’, aberta ao público até 26 de janeiro de 2020 no Sesc Copacabana, na Zona Sul do Rio. A mostra apresenta aos espectadores 10 bibliotecas, reais e fictícias, por meio da tecnologia de realidade virtual. O diretor canadense Robert Lepage e a Companhia Ex Machina são os desenvolvedores da experiência imersiva.