WILSON WITZEL DEFENDE FIM DA INTOLERÂNCIA E SE EMOCIONA AO FALAR DO FILHO
O governador do Rio, Wilson Witzel, se emocionou ao participar do Fórum Nacional Sobre Tributos, Previdência e Infraestrutura, realizado ontem na sede do BNDES, no Rio de Janeiro. Ao se referir à necessidade de união e a não se estar “antagonizado demasiadamente”, Witzel mencionou seu filho transgênero, Erick Witzel. Num longo discurso, chegou a embargar a voz de emoção ao lembrar da violência sofrida por ele devido à intolerância.
“O nosso grande problema, hoje, é que nós não podemos estar antagonizados demasiadamente. E, ainda que estejamos, nós não podemos levar para a intolerância. Eu tenho um filho que é trans, faz parte do movimento LGBT, embora o meu partido seja o Partido Social Cristão, que tem como base a família monogâmica entre homem e mulher, mas eu respeito meu filho, que tem uma companheira. Então, é algo que a diversidade da vida, no meu caso especificamente, me deu uma lição muito firme. Eu amo meu filho, amo tudo aquilo que ele quer fazer, dou apoio”, disse na primeira parte do dicurso.
O governador continuou sua fala e chegou a fazer menção ao prefeito do Rio, Marcelo Crivella, a quem atribuiu um ato de “lambança”, no episódio em que tentou censurar a venda de um livro de história em quadrinhos, em que dois personagens masculinos apareciam numa imagem se beijando: “Hoje, por incrível que pareça, ele (o filho, Erick) está no movimento LGBT do prefeito Marcelo Crivella, que fez aquela lambança toda lá na feira (Bienal do Livro). Eu disse claramente que uma obra literária que pudesse causar ultraje à sociedade teria que ser muito diferente daquilo”, afirmou.
Governador embargou a voz durante discurso, ao lembrar da violência sofrida pelo filho
Witzel também fez questão de marcar que há uma diferença entre o candidato numa eleição e o candidato eleito: “Hoje, eu acho que o país está chegando a uma consciência de que o momento de disputar uma eleição é um, o momento de governar é outro. Momento de governar é: ‘Vamos tratar daquilo que é comum juntos’. O que tiver que ser antagonizado, vamos antagonizar em alto nível, com respeito, sem estimular intolerância”.
E se emocionou, ao citar novamente o filho, quando foi aplaudido pela plateia: “Meu filho, por conta da opção dele, certa vez foi agredido quando saía do trabalho de madrugada, porque ele é gastrônomo, trabalhava num restaurante, e foi agredido pela intolerância. Meu filho é um corpo de homem, mas ele nasceu menina, e ele foi agredido. Quando ele me contou, me senti impotente, sem ter o que fazer, e aquilo me doeu muito. Então, nós não podemos ser intolerantes. Nós temos que primar pela união. Divergências, nós vamos ter sempre”, finalizou.