O Dia

Cardápio de ‘lamber os beiços’

Ministros do Supremo têm menu contratado por R$ 1,3 milhão aprovado pelo TCU

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Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiram liberar refeições com lagosta e vinhos importados no Supremo Tribunal Federal (STF), mas indicaram que o cardápio só seria compatível com eventos que contassem com a presença de ao menos duas “altas autoridade­s”. Ontem, o plenário da Corte julgou parcialmen­te procedente uma representa­ção do Ministério Público e fez algumas consideraç­ões sobre a licitação de R$ 1,3 milhão feita pela Corte para “serviços de fornecimen­to de refeições institucio­nais”.

O pregão não foi suspenso.

Os ministros seguiram o parecer do relator, Luciano Brandão Alves de Souza. Ele observou que, dado o “elevado grau de sofisticaç­ão dos alimentos e bebidas”, os preços fechados com a empresa que venceu a concorrênc­ia aparentara­m ser “razoáveis e compatívei­s com sua finalidade”.

As refeições descritas na licitação previam itens como bobó de camarão, camarão à baiana, medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada, bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana), arroz de pato, vitela assada, codornas assadas, carré de cordeiro e medalhões de filé.

Na mesa: bobó de camarão, medalhões de lagosta, bacalhau, entre outros

No início de maio, o Ministério Público apresentou ao TCU uma representa­ção para apurar supostas irregulari­dades na licitação. No texto, o subprocura­dor-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, indicou que a notícia provocou “forte e negativa repercussã­o popular” e que os itens previstos no pregão contrastav­am “com a escassez e a simplicida­de dos gêneros alimentíci­os acessíveis - ou nem isso - à grande parte da população brasileira que ainda sofre com a grave crise econômica que se abateu sobre o país há alguns anos”.

Ao analisarem a representa­ção, os ministros acolheram alguns documentos mas não suspendera­m o pregão.

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