DESFILE DO GRUPO ESPECIAL - HOJE
O sol nasce em minha alma
Vai tomando o peito e ganhando jeito
Se eternizando, traduzido em forma
O mais imperfeito, perfeição se torna
Lá no meu quintal, eu vou fazer um bangalô
Já foi tapera feita em palha e sapê E uma capela que a candeia alumiou
A lua cheia…
Vem, é lindo o anoitecer
Vai, eu morro de saudade Todo mundo um dia sonha ter Seu cantinho na cidade Como é linda a vista lá do meu Borel
Luzes na colina, meu arranha-céu
Linhas do arquiteto, a vida é construção Curva-se o concreto, brilha a inspiração
Lágrima desce o morro Serra que corta a mata
Mata, a pureza no olhar
O rio pede socorro
É terra que o homem maltrata E meu clamor abraça o Redentor Pra construir um amanhã melhor O povo é o alicerce da esperança O verde beija o mar, a brisa vai soprar
O medo de amar a vida
Paz e alegria vão renascer Tijuca, faz esse meu sonho acontecer
A minha felicidade mora nesse lugar
Eu sou favela!
O samba no compasso é mutirão de amor
Dignidade não é luxo, nem favor
Lá vai, menina...
Lata d’água na cabeça Vencer a dor que esse mundo é todo seu
Onde a “água santa” foi saliva Pra curar toda ferida que a história escreveu
É sua voz que amordaça a opressão
Que embala o irmão
Para a preta não chorar
Se a vida é uma “Aquarela”
Vi em ti a cor mais bela
Pelos palcos a brilhar
É hora de acender no peito a inspiração
Sei que é preciso lutar
Com as armas de uma canção A gente tem que acordar
Da “lama” nasce o amor Quebrar as “agulhas” que vestem a dor
Brasil, enfrenta o mal que te consome
Que os filhos do planeta fome Não percam a esperança em seu cantar
Ó, nega, “sou eu que te falo em nome daquela”
Da batida mais quente, o som da favela
É resistência em nosso chão “Se acaso você chegar” com a mensagem do bem
O mundo vai despertar, deusa da Vila Vintém
Eis a estrela…
Meu povo esperou tanto pra revê-la
Laroyê ê Mojubá… liberdade Abre os caminhos pra Elza passar… Salve a Mocidade!
Essa nega tem poder, é luz que clareia
É samba que corre na veia